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AGENDA DA TRANSIÇÃO
Futuro secretário pediu a tucanos que não dificultassem votação; em troca, PSDB espera ajuda no Orçamento
Aloysio ajuda PT a aprovar contas de Marta
PEDRO DIAS LEITE
CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O futuro secretário de Governo
da Prefeitura de São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira, orientou ontem, em reunião, os vereadores
do PSDB a não dificultar a aprovação das contas de Marta Suplicy
(PT) na Câmara Municipal, o que
ocorreu horas mais tarde.
Em troca, os tucanos querem a
ajuda dos petistas na manutenção
da margem de remanejamento de
15% no Orçamento de 2005, considerada fundamental pelo prefeito eleito, José Serra (PSDB).
Aloysio admite que tem mantido encontros freqüentes com o
principal articulador político de
Marta, o atual secretário de Governo, Rui Falcão, mas nega que
tenha feito acordo com o PT.
A Câmara Municipal aprovou
ontem, em um único dia e a menos de três semanas do final do
governo, as contas dos três primeiros anos de Marta.
Desde 1997, quando aprovou as
finanças de 1996 de Paulo Maluf
(PP), o Legislativo não votava as
contas de um prefeito.
Contra, sem obstruir
Apesar da orientação de Aloysio, quatro dos oito vereadores do
PSDB votaram contra a aprovação das contas de Marta. Os outros, porém, não compareceram
ao plenário para votar, apesar de
alguns estarem na Câmara.
Os tucanos que participaram da
votação, diferentemente do habitual, não se utilizaram das manobras regimentais que podem
adiar por horas -e muitas vezes
por dias- votações mais importantes. Às vezes, um único vereador é capaz de travar os trabalhos.
Às 21h30 de ontem, as contas de
2001, de 2002 e de 2003 de Marta
tinham sido aprovadas.
O único ano em que houve superávit foi o primeiro. Nos dois
seguintes, déficits, apesar de parecer do Tribunal de Contas do Município favorável à aprovação.
A votação das contas de Marta
ocorre em meio a dificuldades financeiras da Prefeitura de São
Paulo no final de seu mandato.
Vários serviços foram reduzidos e
alguns até interrompidos.
Neste cenário, a aprovação das
contas pela Câmara Municipal é
um trunfo poderoso em uma
eventual disputa eleitoral daqui a
dois anos. Além disso, se no futuro uma maioria contrária a Marta
rejeitasse as finanças, a prefeita
estaria sujeita à inelegibilidade.
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