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LITORAL DE SP
Unidade terá 900 presos
Prisão inaugurada não resolve superlotação
MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
O governo do Estado inaugurou
ontem de manhã o CDP (Centro
de Detenção Provisória) de Praia
Grande, no litoral de São Paulo.
A nova unidade, que funcionará
no mesmo local da antiga Cadeia
Pública de Praia Grande (Dacar
10) e cuja reforma custou mais de
R$ 3,5 milhões, não deverá resolver o problema da superlotação
das cadeias da região.
Com capacidade para 512 detentos, a unidade deverá receber
nos próximos dias de 800 a 900
presos. A informação foi dada pelo secretário da Administração
Penitenciária, Nagashi Furukawa,
que participou da inauguração.
"Em outras unidades como esta, temos recebido mais presos
[que a capacidade]. Fica uma informação para tranqüilizar a população de que nós temos CDPs
como esse com mil presos e nem
por isso temos tido problemas."
Segundo o secretário, o CDP de
Praia Grande -localizado no
bairro do Trevo, a 10 km do centro- deverá resolver o problema
na cidade. "A questão é que, como os outros municípios daqui
ainda não conseguiram resolver
seu problema, temos que dar uma
ajuda para esta situação emergencial", disse Furukawa. Na Baixada
Santista, há cerca de 1.200 presos
nas cadeias de delegacias, entre
eles, 913 provisórios.
Na tentativa de amenizar a situação, o novo CDP começará a
receber, a partir de amanhã, 50
presos por dia do município e das
cidades vizinhas, como Mongaguá, Peruíbe e Itanhaém. Nestas
duas últimas cidades, as cadeias
estão interditadas judicialmente.
Além disso, haverá a necessidade de desafogar as cadeias de
Guarujá e do 5º DP de Santos, que
também devem mandar detentos.
Segundo o secretário, há a necessidade da construção de mais
dois CDPs na região.
"Estamos aguardando que os
novos prefeitos tomem posse,
mas nossos representantes já estão tendo uma conversa prévia."
Para o prefeito de Praia Grande,
Alberto Mourão (PSDB), as obrigações da prefeitura não se resumem à cessão do terreno.
"Se você vai abrigar 800 presos,
vai ter 800 famílias com visita semanal, de 250 a 300 funcionários
trabalhando, isso dá um efeito colateral. A visitação vai requerer
transporte coletivo, iluminação
pública na estrada, pavimentação", disse.
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