São Paulo, quarta-feira, 15 de dezembro de 2004

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LITORAL DE SP

Unidade terá 900 presos

Prisão inaugurada não resolve superlotação

MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O governo do Estado inaugurou ontem de manhã o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Praia Grande, no litoral de São Paulo.
A nova unidade, que funcionará no mesmo local da antiga Cadeia Pública de Praia Grande (Dacar 10) e cuja reforma custou mais de R$ 3,5 milhões, não deverá resolver o problema da superlotação das cadeias da região.
Com capacidade para 512 detentos, a unidade deverá receber nos próximos dias de 800 a 900 presos. A informação foi dada pelo secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, que participou da inauguração.
"Em outras unidades como esta, temos recebido mais presos [que a capacidade]. Fica uma informação para tranqüilizar a população de que nós temos CDPs como esse com mil presos e nem por isso temos tido problemas."
Segundo o secretário, o CDP de Praia Grande -localizado no bairro do Trevo, a 10 km do centro- deverá resolver o problema na cidade. "A questão é que, como os outros municípios daqui ainda não conseguiram resolver seu problema, temos que dar uma ajuda para esta situação emergencial", disse Furukawa. Na Baixada Santista, há cerca de 1.200 presos nas cadeias de delegacias, entre eles, 913 provisórios.
Na tentativa de amenizar a situação, o novo CDP começará a receber, a partir de amanhã, 50 presos por dia do município e das cidades vizinhas, como Mongaguá, Peruíbe e Itanhaém. Nestas duas últimas cidades, as cadeias estão interditadas judicialmente.
Além disso, haverá a necessidade de desafogar as cadeias de Guarujá e do 5º DP de Santos, que também devem mandar detentos.
Segundo o secretário, há a necessidade da construção de mais dois CDPs na região.
"Estamos aguardando que os novos prefeitos tomem posse, mas nossos representantes já estão tendo uma conversa prévia."
Para o prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (PSDB), as obrigações da prefeitura não se resumem à cessão do terreno.
"Se você vai abrigar 800 presos, vai ter 800 famílias com visita semanal, de 250 a 300 funcionários trabalhando, isso dá um efeito colateral. A visitação vai requerer transporte coletivo, iluminação pública na estrada, pavimentação", disse.


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