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Aéreas querem aeroportos privatizados
Executivos de companhias fizeram a cobrança ontem em reunião com o comando da Aeronáutica; Bueno rechaçou a proposta
Orçamento para o setor foi definido em R$ 666 milhões para 2007; senadores disseram que emenda vai repassar mais R$ 60 milhões
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A reboque da crise aérea e do
caos recente, representantes
das empresas aéreas pressionaram ontem o governo pela privatização gradual dos aeroportos brasileiros, sob argumento
de ineficiência da Infraero.
Antes, o Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aéreas) já
havia sugerido que o controle
do tráfego civil passasse da Aeronáutica para um novo órgão
no Ministério da Defesa.
A proposta de privatização
foi apresentada ontem em reunião no comando da Aeronáutica por executivos da Gol, da
TAM e da OceanAir.
De acordo com os senadores
presentes, a discussão foi áspera, e o brigadeiro Luiz Carlos
Bueno, comandante da Aeronáutica, rejeitou completamente a exigência feita pelas
companhias aéreas.
Após duras críticas das companhias quanto a informações
erradas aos passageiros, falta
de balcões de atendimento e dificuldades de infra-estrutura
nos aeroportos, as empresas
decidiram apresentar um cronograma de privatizações. A
idéia seria começar com obras
paradas ou com terminais.
No entanto, Bueno teria reagido e dito que o plano é inviável porque 11 aeroportos são
superavitários, mas 70 dão prejuízo. Assim, não haveria mercado para a maioria.
Milton Zuanazzi, presidente
da Anac (Agência Nacional da
Aviação Civil), é favorável às
privatizações, mas afirmou que
tem algumas ressalvas. "É preciso fazer todo o debate. É importante resolver o aeroporto
de Guarulhos, mas não podemos esquecer Tabatinga", disse
em outro evento.
Na reunião, ainda conforme
senadores, a Anac também sofreu críticas pela gestão da crise
no tráfego aéreo. Para se defender, reclamou que a autonomia
administrativa não basta e que
faltaria independência financeira e mais verbas para atuar
melhor no setor.
A Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) não foi à reunião.
Procurada, não se manifestou
até o fechamento desta edição.
O presidente da Embraer,
Maurício Botelho, também
opinou ontem e disse que a solução não está na responsabilidade de militares ou civis, mas
sim em mais investimentos.
Também foram acertadas na
reunião as verbas para o controle aéreo, definindo um orçamento de R$ 666 milhões para
2007. Além dos R$ 485 milhões
que se espera de arrecadação
por tarifas no Fundo Aeronáutico, os senadores disseram que
uma emenda do Orçamento
destinará mais R$ 60 milhões.
Segundo o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), o superávit
de R$ 364 milhões do fundo
nos últimos anos que não chegou ao setor será liberado em
três parcelas anuais de R$ 121
milhões. Com isso, a Aeronáutica avalia que terá como fazer
renovações de equipamentos.
Colaboraram IURI DANTAS , da Sucursal de
Brasília, e a Reportagem Local
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