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Pimenta Neves sofre mais uma derrota na Justiça
Defesa queria negociar com o TJ apresentação do jornalista
DA REPORTAGEM LOCAL
Procurado pela polícia paulista desde anteontem à noite, o
jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves, condenado pelo
assassinato da ex-namorada
Sandra Gomide, sofreu uma
nova derrota na Justiça.
O desembargador Fabio
Gouvea, da 10ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de
São Paulo, negou ontem o pedido de audiência feito pela defesa do jornalista. Os advogados
de Pimenta Neves queriam negociar diretamente com os desembargadores do TJ os termos para uma possível apresentação do jornalista.
Na decisão, Gouvea disse que
cabe "à autoridade policial o
cumprimento do mandado [de
prisão], devendo zelar pela integridade física do preso".
Segundo o Ministério Público, o pedido da defesa de Pimenta Neves foi inusitado. "Essa negociação com a Justiça
não existe. Isso cabe à polícia. A
defesa está esgotando tudo que
pode para ganhar tempo", afirmou a procuradora de Justiça
Marilisa Germano Bertolin.
Essa foi a segunda derrota de
Pimenta Neves em dois dias.
Anteontem pela manhã, a mesma 10ª Câmara confirmou a
condenação do jornalista por
um júri popular realizado em
maio -a pena, porém, foi reduzida de 19 anos e dois meses para 18 anos- e determinou a prisão de Pimenta Neves.
Para a polícia paulista, o jornalista é considerado foragido
desde anteontem à noite. Policiais do DHPP (Departamento
de Homicídios e Proteção à
Pessoa) estiveram no único endereço fornecido por Pimenta
Neves à Justiça e não o encontraram. Ele também é considerado foragido porque ele teria
conhecimento da ordem de prisão -já que seus advogados estiveram no julgamento de anteontem- e não se entregou.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, até a noite de
ontem a defesa de Pimenta Neves não tinha entrado em contato com a polícia para negociar
a apresentação do jornalista.
Agentes pernoitaram ontem
na frente da casa de Pimenta
Neves. Mas eles não entraram
na residência. O DHPP chegou
a anunciar que iria pedir um
mandado de busca e apreensão
para entrar na casa, mas desistiu da proposta ontem.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, não há evidências de que o jornalista está
na casa. "Mas como pode se saber isso se ninguém entrou? Isso é uma presunção", afirmou
Sergei Cobra Arbex, assistente
de acusação e advogado da família de Sandra.
Pela manhã, horas depois da
saída dos policiais, Carlos Frederico Müller, advogado do jornalista, esteve na casa e saiu
com um computador. Müller
disse que seu cliente não pode
ser considerado foragido por
causa do pedido de audiência
aos desembargadores.
A defesa de Pimenta Neves
espera o julgamento de um pedido de habeas corpus pelo STJ
(Superior Tribunal de Justiça)
para tentar suspender a ordem
de prisão.
Ontem, a ministra Maria
Thereza de Assis Moura solicitou mais informações ao TJ antes de analisar o pedido.
(ROGÉRIO PAGNAN, MARIANA TAMARI E GILMAR PENTEADO)
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