São Paulo, quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

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ANÁLISE

Mesa dita prioridade de ação no Legislativo

MARCO ANTONIO TEIXEIRA
GABRIELA DE BRELÀZ

ESPECIAL PARA A FOLHA

A atual eleição para a presidência da Câmara Municipal de São Paulo tem contornos políticos controversos. O prefeito trabalha pela vitória do candidato do PSDB contra um candidato de seu próprio partido, o DEM. Ele conta com os apoios de PDT e PC do B, aliados históricos do PT. Este, por sua vez, quer a vitória do candidato do DEM.
Diante do imbróglio, uma pergunta se torna fundamental: em que isso nos afeta?
Primeiro, é preciso falar sobre o papel dos vereadores. Eles são eleitos para representar o cidadão na elaboração de leis, na proposição de políticas públicas e na fiscalização do Executivo.
Em um ano pré-eleitoral como o de 2011, tais funções acabam impregnadas por interesses que envolvem a sucessão do ano seguinte.
Talvez por isso a disputa pelo comando da Câmara esteja tão acirrada e alguns vereadores venham desempenhando papel tão negativo.
As notícias que percorreram o noticiário das últimas semanas - há relatos envolvendo até violência física- diminuem a imagem do Legislativo municipal, o que reflete negativamente quando se busca ressaltar a importância da representação política para a democracia.
Independentemente de quem ganha ou perde neste jogo político nem sempre coerente, é preciso destacar qual resultado prático a disputa terá na vida do cidadão.
Quem comandar a Mesa Diretora em 2011 não apenas vai administrar o volumoso orçamento da Casa, mas também terá a prerrogativa de priorizar o que vai ser discutido e votado em plenário.
Todo esse processo é essencial para a aprovação de projetos que têm como finalidade produzir uma cidade mais justa, menos suscetível a enchentes e com uma melhor qualidade de vida para todos. É isso que é mais importa e o que de fato deveria se esperar dos vereadores.

MARCO ANTONIO TEIXEIRA é professor do Departamento de Gestão Pública da FGV-SP e pesquisador do CEAPG/FGV; GABRIELA DE BRELÀZ é mestre e doutoranda em Administração Pública e Governo pela FGV-SP e pesquisadora do CEAPG/FGV


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