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Força Nacional prepara "cinturão" no Rio
Sem consenso sobre início efetivo da atuação, tropa de elite ganha medida provisória que delimita ações e cria seguro
Para o ministro Thomaz Bastos, ação efetiva começa hoje; segundo a Polícia Rodoviária Federal, início nesta terça será figurativo
Ricardo Moraes/Folha Imagem
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Militares patrulham trecho da avenida Brasil, na zona norte do Rio, por causa da Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul |
MARIO HUGO MONKEN
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Força Nacional de Segurança Pública estuda adotar
plano da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para um "cinturão
metropolitano" ao redor da capital do Rio, em dez dias.
O projeto abrange oito pontos em acessos da cidade, bairros e em municípios próximos,
como Duque de Caxias, Nova
Iguaçu e Magé. De início, a força só patrulhará as divisas.
As autoridades federais e estaduais, porém, até ontem não
se entendiam sobre o início da
atuação das tropas no Rio.
O ministro Márcio Thomaz
Bastos (Justiça) disse que será
hoje, após apresentação das
tropas ao governador, Sérgio
Cabral; o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame,
porém, afirmou que só na quinta; a PRF considera que hoje a
atuação será "figurativa".
A adoção de oito "pontos fortes" próximos da capital aproxima a força ao centro dos ataques de criminosos -que resultaram em 19 mortes (12 em ataques e sete suspeitos) e levaram
Cabral e pedir o auxílio federal.
Os oito locais selecionados
pela PRF para a presença da
Força Nacional em uma segunda etapa fazem parte de planejamento que seria implementado durante o Pan. Caso seja
aprovado, será antecipado.
Autoridades federais da área
de inteligência disseram à Folha que esperam uma "retração" das atividades do tráfico
no período de ocupação.
Sete dos pontos a serem ocupados também integram plano
anterior da PRF para as divisas.
Os oito novos lugares do Grande Rio integrarão a "Operação
Cinturão Metropolitano" e serão um anel interno de segurança, posterior ao primeiro.
Esses oito postos a serem vigiados pela força em conjunto
com a PRF ficam em vias federais, nos bairros da Pavuna,
Campo Grande e Caju e nos
municípios de Itaguaí, Niterói,
São Gonçalo, Caxias e Magé.
Bastos disse, na reunião com
Cabral e os secretários nacional
e estadual de Segurança, Luiz
Fernando Corrêa e José Mariano Beltrame, que a força é um
exemplo de "colaboração federativa" e entregou seis carros
para transporte de presos.
Segundo o secretário de Segurança Beltrame, a meta é
ocupar 19 pontos espalhados
por rodovias federais e estaduais. Admitiu, porém, a possibilidade de ocupação gradativa.
O subsecretário de Planejamento Operacional da Secretaria de Segurança, delegado Roberto Sá, disse que as tropas da
FNS ficarão no Estado durante
o Pan e não descartou a possibilidade de irem para favelas. "A
idéia não é ir para as favelas,
mas todos são policiais."
Em medida provisória ontem
no "Diário Oficial" da União, o
presidente Lula criou um seguro de R$ 100 mil para integrantes da força que, em decorrência das missões, tornem-se incapacitados para voltar ao trabalho. Em caso de morte, a família recebe o mesmo valor.
A MP detalha a forma de
atuação da força, delimita sua
operação e cria nove cargos de
confiança responsáveis por sua
gestão -o que institui o departamento que a controlará.
Até ontem, sua gestão se dava
pelo decreto presidencial que a
criou, em 2004. No entanto, a
atuação dos policiais poderia
ser questionada do ponto de
vista legal. Devido ao tempo
curto, fez-se a MP, que vigora
de imediato. Será lei se for votada em até 120 dias.
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