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Mortes por febre amarela já chegam a 5
É o mesmo número de mortes pela doença em todo o ano passado; até agora, dos 6 casos confirmados, só uma mulher sobreviveu
As 3 vítimas, entre as quais um espanhol, contraíram a doença em GO; outras duas pessoas morreram após serem infectadas no Estado
DA AGÊNCIA FOLHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DE GENEBRA
O Ministério da Saúde confirmou ontem mais três mortes
por febre amarela no país. Com
esses, já são cinco os casos fatais provocados pela doença
neste ano -o mesmo número
de todo o ano passado. Dos seis
casos da doença confirmados,
só uma mulher sobreviveu.
As novas mortes foram confirmadas horas depois de o presidente Lula e do ministro José
Gomes Temporão (Saúde) terem reafirmado, em Cuba, que
não há risco de epidemia da
doença. Também antes da divulgação dos novos casos, a ministra do Turismo, Marta Suplicy, afirmou que era apenas
uma epidemia de fofocas.
As três vítimas confirmadas
ontem, entre as quais um espanhol, contraíram a doença em
Goiás e morreram na semana
passada. Outras duas pessoas
também morreram após serem
infectadas no Estado.
Ao todo, o ministério afirma
que outros 15 casos suspeitos
estão sendo investigados. Só
em Goiás, há sete suspeitas.
A mulher que sobreviveu
-ela está internada em São
Paulo e passa bem- também
contraiu a doença em Mato
Grosso do Sul.
O número de casos é o mais
elevado no Estado desde 2001.
No surto de 2000, foram 53 casos e 23 mortes em Goiás. De
2001 a 2006, nenhuma ocorrência foi registrada. Em 2007,
foram duas mortes no Estado.
Para o Ministério da Saúde,
no entanto, a ocorrência da
doença em Goiás está dentro da
normalidade e se deve a uma
maior circulação do vírus da febre amarela entre macacos.
Ainda segundo a pasta, os casos
são mais freqüentes entre janeiro e abril por causa do período de chuvas.
Vítimas
A febre amarela foi confirmada como a causa das mortes do
espanhol Salvador de La Cal,
41, em Goiânia; da aposentada
Maria Geraldina Siqueira, 63,
que morreu no interior do Estado; e do bancário aposentado
Almir Rodrigues da Cunha, 46,
que morreu em Maringá (PR).
O espanhol morto, que estava no país havia menos de dois
meses, tinha comprado uma
chácara em Cristianópolis (93
km de Goiânia). Em 3 de janeiro, ele começou a passar mal e
procurou hospitais públicos.
Foi medicado e liberado duas
vezes. Com a piora do estado de
saúde, foi internado no Hospital de Doenças Tropicais de
Goiânia. Morreu no sábado.
Na semana passada, a Secretaria da Saúde de Goiás chegou
a descartar a suspeita de febre
amarela. O órgão informou, por
meio de sua assessoria, que o
paciente provavelmente havia
contraído dengue.
O aposentado de Maringá
morreu no último dia 9, três
dias após ser internado. Ele
passou o final de ano em sua cidade natal, Caldas Novas (120
km de Goiânia).
A outra vítima, Maria Geraldina Siqueira, também não vivia em Goiás. Ela morava em
Mogi das Cruzes (SP) e adoeceu
na cidade de Rubiataba (249
km de Goiânia). Morreu em 9
de janeiro, dois dias após ser
hospitalizada.
Anteontem, o governo de
Goiás confirmou que um homem de 24 anos, que morreu
no dia 2 de janeiro, também
contraiu a doença. Ele adoeceu
após passar o fim de ano em
uma fazenda na cidade de Goianésia. O nome dele não foi divulgado a pedido da família.
Na semana passada, o Ministério da Saúde divulgou que
Graco Abubakir, 38, um servidor público de Brasília que visitou o município de Pirenópolis
(GO), morreu da doença.
Precauções
A Secretaria da Saúde de
Goiás diz que vem tomando todas as medidas necessárias
contra a febre amarela e que
não vai mudar as ações após a
confirmação dos novos casos.
O órgão diz que tem intensificado a imunização e rastreado
moradores de áreas rurais que
nunca receberam a vacina ou
que foram vacinados há mais
de dez anos.
Em Maringá (PA), que por
ser um pólo atacadista recebe
diariamente viajantes do Centro-Oeste, deve haver uma escalada da vacinação nos postos,
segundo a Secretaria da Saúde
do município.
De acordo com o Ministério
da Saúde, houve mortes de macacos com suspeita da doença
em 173 municípios de nove Estados, entre abril de 2007 e janeiro de 2008.
Daniel Epstein, porta-voz da
Organização Pan-Americana
de Saúde (Opas), disse não ter
entendido de onde surgiram as
informações de que a entidade
teria tornado mais rigoroso seu
alerta em relação ao Brasil.
"Foi uma surpresa saber que
milhões de pessoas no Brasil
estão fazendo fila para receber
a vacina, já que não há uma epidemia", afirmou.
(FELIPE BÄCHTOLD, JOSÉ MASCHIO, JOHANNA NUBLAT, ANGELA PINHO e MARCELO NINIO)
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