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ADMINISTRAÇÃO
Dinheiro arrecadado com operações interligadas poderia ser investido em qualquer lugar da cidade
Prefeitura quer liberar verba entre bairros
RODRIGO VERGARA
da Reportagem Local
A Prefeitura de São Paulo pretende liberar o destino do dinheiro
arrecadado com as chamadas operações interligadas.
Hoje, a verba obtida com uma
operação em um bairro tem que
ser investida no local, mas a proposta da Secretaria do Planejamento para o Plano Diretor da cidade prevê a criação de um fundo
que administraria tais recursos.
Assim, o dinheiro arrecadado
em um bairro poderia financiar
operações em outra região, segundo Rodrigo Garcia, chefe de gabinete da secretaria.
A operação interligada é um mecanismo criado pelo ex-prefeito
Paulo Maluf pelo qual a prefeitura
libera a construção de imóveis
com mais andares que o permitido
pela lei de zoneamento no local.
Em troca, o construtor paga à
prefeitura pelo benefício. No ano
passado, a prefeitura arrecadou
R$ 65 milhões dessa forma.
Esse tipo de operação é muito
criticado por arquitetos e urbanistas, que vêem nele uma degradação da qualidade de vida na cidade, além de uma contribuição para
os congestionamentos.
Para o arquiteto Luiz Carlos Costa, a inclusão dessas operações no
Plano Diretor significam um
"desplanejamento da cidade".
"Se é para manter o Plano Diretor
assim, seria melhor não tê-lo."
A gestão do fundo, segundo a
proposta da secretaria, será compartilhada por representantes da
prefeitura e da sociedade civil. Mas
a proposta não define o percentual
de cada tipo de representação.
Com a liberdade de investir em
qualquer bairro da cidade, a prefeitura pretende financiar algumas
das 28 operações urbanas previstas na proposta do Plano Diretor,
algumas delas já em curso, como a
operação urbana centro e a Água
Branca.
Conselho
Outras criações do Plano Diretor
da Sempla são os conselhos municipal e regional de Planejamento.
O primeiro tem, pela proposta, a
atribuição de elaborar e aprovar o
orçamento municipal e é formado
exclusivamente por representantes da prefeitura. Já os conselhos
regionais, que terão representantes da sociedade, são "órgãos consultivos", segundo o texto.
Para o arquiteto Costa, o Plano
Diretor é o único instrumento pelo qual a cidade pode ser planejada
por um período superior a quatro
anos e não pode ser administrado
só pelo poder Executivo.
"Está-se reduzindo o Plano Diretor a um plano de uma só administração, a de Celso Pitta".
Costa defende que o plano seja
mais preciso sobre as políticas urbanas que se pretende implantar.
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