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GOLPE ELETRÔNICO
Polícia de São Paulo começa a identificar vítimas de quadrilha
Grupo clonou mais de 300 cartões
ALESSANDRO SILVA
da Reportagem Local
A polícia identificou 325 contas
de clientes de bancos cujos cartões magnéticos foram clonados
no laboratório de uma quadrilha
de estelionatários eletrônicos descoberta anteontem na zona leste
de São Paulo.
A verificação começou a ser feita com o próprio computador
apreendido na casa do motoboy
Feliciano Dato Júnior, 22, suspeito de integrar o grupo.
Ainda há outros 300 cartões
magnéticos para serem conferidos hoje, segundo o delegado Ítalo Zaccharo Neto, da SIG (Setor
de Investigações Gerais) da 7ª Delegacia Seccional (Itaquera).
A quantidade de contas identificadas até agora é mais que a metade das reclamações de saques indevidos recebidas pelo Procon
(Fundação de Proteção e Defesa
do Consumidor) da capital em 99.
Este ano, esses casos lideram pela
primeira vez as reclamações contra bancos em São Paulo.
O cartão ""dublê" ou ""clonado"
é uma das modalidades de golpe
eletrônico investigado pela polícia. Ele serve para fazer retiradas e
transferências sem a autorização
do correntista, que só percebe o
furto eletrônico ao movimentar
sua conta ou retirar extratos.
A maioria dos clones encontrados anteontem traz códigos de
agências do Itaú, banco classificado pelo número 341 no mercado
financeiro, de acordo com o delegado. ""Vamos tentar descobrir
quem são os titulares e se eles já
foram vítimas dos saques", disse.
A polícia conseguiu os números
da agência e da conta corrente
gravada nas tarjas magnéticas dos
cartões. Segundo o delegado, há a
possibilidade de parte dos clones
não ter sido usada ainda por causa da apreensão.
Ainda há dúvidas sobre como
eram obtidas as informações dos
correntistas. Júnior teria dito que
olheiros recolhiam os dados nas
agências, observando as vítimas.
A polícia não descarta a possibilidade de envolvimento de funcionários de bancos no esquema.
O delegado irá pedir a quebra
do sigilo bancário do motoboy
para investigar possíveis transferências fraudulentas de dinheiro.
Equipamentos iguais aos que a
polícia encontrou na casa dele
-leitor de cartão magnético, gravador e computador- são vendidos hoje pela Internet e há representantes no país. Um pacote com
cem cartões com tarjas limpas
custa R$ 42,72, por exemplo.
Os advogados do motoboy confirmam que ele tentou aprender a
técnica, mas que não conseguiu
cometer o crime. ""Tentou a clonagem, mas não haveria como tirar o dinheiro das contas", disse o
advogado José Brasiel de Queiroz.
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