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Garota de 9 anos ajuda mãe a separar lixo
DA REPORTAGEM LOCAL
A história de A.P., uma garota de apenas nove anos
que ajuda a mãe a fazer a
triagem do lixo todas as tardes, dá uma amostra do problema social que se esconde
debaixo do viaduto do Glicério, ignorado pelos 300 mil
paulistanos que passam com
seus carros por ali a cada dia.
Ela é a mais velha dos quatro filhos de Patrícia Santos,
23, que mora em uma pensão no Ipiranga e ganha R$
20 por dia para separar papéis e latas dos sacos de lixo.
A.P. cursa a 3ª série de uma
escola pública da região e diz
se divertir quando encontra
uma revista ou um livro entre restos de comida. Como
Patrícia não tem babá, leva
também o irmão caçula, de
apenas 6 meses, para debaixo do viaduto. O menino
dorme sobre os sacos de lixo
quando tem sono.
"Preferia brincar, mas tenho que ajudar minha mãe",
diz a menina. Patrícia optou
por trabalhar de forma independente, fora das cooperativas cadastradas pela prefeitura. Diz que ganha mais
dessa maneira. Seu sonho?
"Ser doméstica ou garçonete. Pelo menos poderia me livrar desse cheiro horrível."
Há cerca de 50 famílias que
montaram seus barracos debaixo do viaduto e convivem
com o fedor todos os dias. A
maioria tira seu sustento do
lixo, ainda que em depósitos
clandestinos.
(FS)
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