São Paulo, quinta-feira, 16 de fevereiro de 2006

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Garota de 9 anos ajuda mãe a separar lixo

DA REPORTAGEM LOCAL

A história de A.P., uma garota de apenas nove anos que ajuda a mãe a fazer a triagem do lixo todas as tardes, dá uma amostra do problema social que se esconde debaixo do viaduto do Glicério, ignorado pelos 300 mil paulistanos que passam com seus carros por ali a cada dia.
Ela é a mais velha dos quatro filhos de Patrícia Santos, 23, que mora em uma pensão no Ipiranga e ganha R$ 20 por dia para separar papéis e latas dos sacos de lixo.
A.P. cursa a 3ª série de uma escola pública da região e diz se divertir quando encontra uma revista ou um livro entre restos de comida. Como Patrícia não tem babá, leva também o irmão caçula, de apenas 6 meses, para debaixo do viaduto. O menino dorme sobre os sacos de lixo quando tem sono.
"Preferia brincar, mas tenho que ajudar minha mãe", diz a menina. Patrícia optou por trabalhar de forma independente, fora das cooperativas cadastradas pela prefeitura. Diz que ganha mais dessa maneira. Seu sonho? "Ser doméstica ou garçonete. Pelo menos poderia me livrar desse cheiro horrível."
Há cerca de 50 famílias que montaram seus barracos debaixo do viaduto e convivem com o fedor todos os dias. A maioria tira seu sustento do lixo, ainda que em depósitos clandestinos. (FS)


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