São Paulo, sábado, 16 de fevereiro de 2008

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Dengue mais letal sobe 500% no Rio

Foram 42 registros do tipo hemorrágico -o mais grave- em janeiro, contra sete no mesmo período de 2007

Secretaria põe em prática plano de contingência -há mais hospitais para atender os casos e duas ambulâncias para pacientes mais graves

DA SUCURSAL DO RIO

Os casos de dengue hemorrágica no Rio de Janeiro explodiram no primeiro mês deste ano, de acordo a Secretaria Estadual de Saúde. Foram 42 notificações do tipo mais grave da doença em janeiro, contra 7 no mesmo período de 2007.
A elevação no número de casos fez com que a secretaria iniciasse um plano de contingência para enfrentar a doença. Entre as ações está o aumento da quantidade de hospitais de referência para o atendimento da dengue -a secretaria mantém ainda duas ambulâncias de prontidão para atender casos de doentes mais graves.
"Ainda não chegamos ao ponto de uma epidemia, mas o número de casos mais violentos de fato aumentou. A secretaria está se antecipando ao tomar essas medidas", afirmou o superintendente de Vigilância em Saúde, Victor Berbara.
Segundo a secretaria, o aumento no número de casos mais "violentos" se deve à entrada do vírus tipo 2. Na epidemia de 2002, muitos tiveram contato com o tipo 3 da dengue, o que aumentou a chance de casos mais violentos nos anos seguintes. O contato com dois tipos de vírus da doença eleva a possibilidade de evolução para o tipo hemorrágico -os sintomas podem confundir, pois se parecem com o de virose.
Neste ano, os mortos em decorrência da doença podem chegar a 14 -dois casos estão confirmados e 12 em investigação. Em 2007, foram três casos.
Berbara relativizou o crescimento registrado no primeiro mês do ano. Afirmou que a secretaria está investindo na investigação de novos casos.
Todos os casos da doença foram registrados na região metropolitana. Dos 42 casos, 28 foram registrados em Duque de Caxias, Baixada Fluminense.
O secretário municipal de Saúde, Oscar Berro, diz que o crescimento se deve ao "rigor" com que as notificações são feitas. "As notificações podem relatar casos evidentes, com suspeitas fortes e leves. Prefiro ser rigoroso e caracterizar até o caso leve. Esse é o critério preconizado pela OMS [Organização Mundial de Saúde] e o Ministério da Saúde. Eu não quero descobrir um caso quando ele gerar um óbito", afirmou.
O Estado registrou em janeiro 3.376 casos de dengue. Houve aumento de 5,7% em relação ao ano passado. A região metropolitana da capital foi a responsável pelo aumento. No ano passado, a região acumulava 43,4% dos casos estaduais -em 2008, são 78,9%.
"As chuvas e temporais que atingiram esses municípios dificultaram muito o combate. Nós estamos lutando contra um mosquito que tem uma capacidade de reprodução muito grande", afirmou Berbara.


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