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Jovem morre após ser agredido dentro de unidade
CINTHIA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Um adolescente de 15 anos
morreu após ser espancado
dentro da Fundação Casa de
Franco da Rocha, na Grande
São Paulo, anteontem às
20h30. O garoto havia recebido relatório conclusivo de
bom comportamento dos
técnicos para ser solto, mas o
documento ainda não havia
sido enviado à Justiça.
Internado por roubo há
um ano, o menino foi linchado pelos colegas com quem
convivia. Entre os agressores
reconhecidos por funcionários e outros internos, havia
6 adolescentes de 15 anos, 2
de 16 anos e um de 18 anos.
Funcionários dizem acreditar que os colegas tenham
desconfiado de que ele houvesse denunciado outros infratores ou criminosos. Segundo o Sintraemfa (sindicato dos funcionários da Fundação Casa), o complexo está
sob controle da facção criminosa PCC. "A gente entra lá e
eles gritam boa. Isso, na gíria
deles, quer dizer que a unidade está boa para o PCC", afirma o vice-presidente do sindicato, Julio Alves.
Um dos funcionários da
unidade diz que gravou os
adolescentes repetindo juntos frases de apoio a facção
criminosa -o ritual seria
diário. O vídeo foi tomado
pelos próprios infratores.
A Fundação Casa confirmou por meio da assessoria
de imprensa que técnicos haviam "firmado convicção de
que o interno tinha bom
comportamento e podia ser
liberado". O relatório final
estaria em fase de conclusão
e seria entregue à Justiça na
segunda-feira.
Uma sindicância para apurar as circunstâncias do espancamento foi aberta. A
Fundação Casa de Franco da
Rocha tem três unidades. Na
21, onde aconteceu o linchamento, havia 80 adolescentes, capacidade máxima do
local.
No momento das agressões havia seis monitores de
plantão. Um deles chegou a
socorrer o garoto, que morreu antes de chegar ao hospital. A polícia de Franco da
Rocha também apura o caso.
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