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Barretos terá centro de prevenção ao câncer
Instituto, que levará o nome da cantora Ivete Sangalo e será construído a partir de março, será anexo ao HCâncer Barretos
Unidade foi inspirada em um projeto semelhante em funcionamento no Japão;
obra, avaliada em R$ 22 mi, será concluída no fim de 2009
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
O interior de São Paulo terá o
primeiro instituto de prevenção ao câncer ligado ao SUS. A
unidade será construída, a partir do próximo mês, em área
anexa ao Hospital de Câncer de
Barretos (450 km de São Paulo)
e atenderá 71 municípios da região Norte e Nordeste do Estado. A obra, avaliada em R$ 22
milhões, deve estar concluída
no final de 2009.
Um dos focos do instituto,
que receberá o nome da cantora Ivete Sangalo, será a prevenção do câncer feminino. Essa
ala ocupará quase metade do
prédio -3.000 m2 dos 7.200
m2- e custará R$ 6 milhões,
que serão bancados pelo Instituto Avon. As demais áreas serão construídas com doações,
especialmente de artistas que
ajudam o hospital.
A idéia é que, além da prevenção, o instituto absorva
também os pacientes que estão
na fase de investigação da
doença. "Se a pessoa tem uma
suspeita e vem para o hospital,
ela não se sente bem de ficar no
meio dos doentes com câncer",
diz Edmundo Mauad, diretor
médico da área de prevenção
do HCâncer Barretos.
O instituto deve complementar um programa de prevenção pioneiro no país, implantado pelo hospital em
2002: em ônibus e caminhões,
equipes percorrem cidades
afastadas e zonas rurais, examinando e fazendo exames
preventivos. Em cinco anos, o
programa avaliou 39 mil mulheres.
Segundo Mauad, o objetivo é
que, com o instituto, o hospital
aumente a taxa de diagnóstico
precoce do câncer, o que significa maiores chances de cura e
tratamentos menos agressivos.
Hoje, graças ao projeto móvel
de prevenção, 60% dos cânceres de mama da região são diagnosticados na fase inicial -no
Estado de São Paulo, apenas
20% são diagnosticados nessa
condição. No mesmo período, a
taxa de cânceres avançados
passou de 40% para 6%.
"Vários locais da Europa associam a área física à unidade
móvel. A unidade móvel serve
para oferecer exames a pessoas
que vivem em áreas mais distantes ou que têm maior dificuldade de acesso. A unidade
física atende a população mais
próxima e dá toda retaguarda
na complementação diagnóstica", afirma Mauad.
Segundo médico, o instituto
foi inspirado em um projeto semelhante em funcionamento
no Japão. Em Tóquio, ao lado
de um hospital público de câncer, o governo construiu um
prédio exclusivo para o rastreamento da doença.
Além do câncer da mama, o
instituto de Barretos se dedicará à prevenção dos tumores de
próstata, pele, boca, entre outros. Fará ainda aconselhamento genético, biologia molecular, além de ensino e pesquisa (básica e clínica).
O HCâncer Barretos atende
98% de pacientes do SUS, com
padrão de primeiro mundo, incluindo hotelaria a acompanhantes. São atendidas 2.500
pessoas por dia.
O governo paulista destina
cerca de R$ 10 milhões por ano
à unidade, e o governo federal,
outros R$ 5 milhões. As doações de artistas e anônimos somam R$ 12 milhões anuais.
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