São Paulo, quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

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Após um mês, 7.000 famílias ainda não puderam voltar para casa

GABRIELA CANSECO
DO RIO

Pouco mais de um mês após as chuvas de 12 de janeiro, a tentativa dos moradores de esquecer a tragédia e voltar à normalidade é confrontada com a visão de áreas ainda devastadas.
Em Nova Friburgo, as ruas do centro estão limpas. O comércio voltou a funcionar e a movimentação é intensa. No entanto, na estrada que liga a cidade à Teresópolis, ainda há muita poeira da lama que secou. Máquinas trabalham na retirada de escombros.
Em Duas Pedras, moradores continuam tentando recuperar o que restou das casas. De botas e com enxada nas mãos, o aposentado Hélio Monteiro, 67, passou os últimos 30 dias retirando lama e pedras do imóvel onde morava há mais de 20 anos.
A casa tem mais de um metro e meio de lama seca."Perdi tudo. Toda noite tomo dois calmantes para conseguir dormir", conta Monteiro.
Segundo a Secretaria Estadual de Assistência Social, 2.000 famílias ainda estão nos 140 abrigos improvisados e 5.000 foram para casas de amigos ou parentes. No final de janeiro, foi antecipado o pagamento da Bolsa Família para 31 mil famílias.
Cerca de 5.700 famílias receberão o aluguel social. Outras 1.300 ainda estão sendo cadastradas.
Segundo a secretaria, a primeira das 12 parcelas foi liberada ontem. Até o dia 24 deste mês, o restante também poderá sacar o valor que varia de R$ 400 a R$ 500.
"Nós pedimos a compreensão da população para não aumentar o valor dos aluguéis na região. Em alguns bairros, houve aumento de 100%, passou de R$ 350 para R$ 700", afirmou o secretário estadual de Assistência Social, Rodrigo Neves.
Nos abrigos, há famílias que enfrentam dificuldade para alugar casas e receber o aluguel social. Esse é o caso da doméstica Lúcia Maria de Carvalho Paes, 53.
"Fui à Caixa Econômica e me disseram que só vou receber no dia 14 de março. Antes pagava aluguel de R$ 350 e hoje só estou encontrando casa de R$ 800. Não quero mais morar em área de risco", afirma Lúcia.


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