|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Mistura" melhora ensino, dizem diretores
Pais com maior nível de escolaridade
trazem para a escola mais cobrança
Resultados de avaliações
nacionais e internacionais
demonstram benefícios
da menor distância no
desempenho dos alunos
DA SUCURSAL DO RIO
A diretora da escola municipal Minas Gerais, Regina Paschoa, resume da seguinte maneira o desafio de lidar com a
diversidade na instituição: "É
muito fácil trabalhar apenas
com diamantes. Nosso desafio
é juntar diamantes e cascalhos
e fazer isso dar resultado".
Segundo ela, todos os alunos
se beneficiam quando, por
exemplo, pais com maior nível
de escolaridade trazem para a
escola mais cobrança.
A diretora da rede de ensino
do colégio federal Pedro 2º, Anna Fonseca, lembra que para se
beneficiar dessa diversidade
social é preciso preparo. "Como
fazemos sorteio para ingresso
no ensino fundamental, a diversidade, especialmente nos
primeiros anos, é significativa.
Temos algumas estratégias para fazer com que todos tirem o
máximo possível. Nossa grade
curricular permite que o aluno
se desenvolva em várias áreas
do conhecimento", diz.
Avaliações internacionais
mostram que, em redes onde a
distância entre melhores e piores alunos é menor, os resultados, na média, são melhores.
A menor desigualdade no desempenho, por exemplo, é uma
característica da Finlândia e de
Hong Kong (China), que obtiveram os melhores resultados
no último Pisa, exame internacional que compara o aprendizado em ciências, leitura e matemática em diversos países.
Em comum aos dois casos está o fato de mais de 90% dos
alunos estudarem no mesmo
tipo de escola (pública na Finlândia e particular com financiamento governamental em
Hong Kong).
Os benefícios da menor desigualdade aparecem também
em avaliações nacionais. Cidades do interior do Sul e Sudeste
onde há maior presença da
classe média na rede pública
aparecem com frequência entre as melhores nas avaliações
do MEC. No Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), o melhor desempenho médio dos
alunos é encontrado nas cidades do Rio Grande do Sul, onde
a distância entre as notas da rede pública e privada é menor.
Texto Anterior: Diversidade leva classe média à escola pública Próximo Texto: "Meus filhos estudam com filhos de médico e de servente", diz atriz Índice
|