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Depen reconhece falhas em contratações
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CATANDUVAS
O diretor-geral do Depen
(Departamento Penitenciário
Nacional), Maurício Kuehne,
disse, na sexta-feira, que só iria
comentar o relatório da Polícia
Federal sobre irregularidades
no presídio federal de Catanduvas após ter acesso ao material.
"Assim que tivermos acesso a
esse relatório, que devia ser sigiloso, iremos comentá-lo."
Kuehne reconheceu falhas
no primeiro concurso para
agente penitenciário federal.
"Quando assumi o Depen, o
concurso já havia sido feito. Eu
apenas o homologuei. Mas
também decidi que, nos outros
concursos, a prova escrita será
uma primeira etapa, com o curso de capacitação valendo como segunda fase. É uma atividade nova e sujeita a ajustes",
afirmou o diretor-geral do departamento.
Sobre a acusação de tortura
por agentes, Kuehne disse que
instaurou sindicância após o
"incidente" e que o fato foi comunicado a autoridades policiais e judiciárias. "Tanto é que
existe o processo aberto."
O diretor-geral disse ainda
que o Depen "não tem qualquer
comunicação sobre casos de
comprometimento de agentes
penitenciários federais com o
crime organizado."
"Trapalhadas"
O presidente do Sindapef
(Sindicato dos Agentes Penitenciários Federais de Catanduvas), Helder Jacoby, 37, disse
que o fato de agentes com antecedentes criminais terem sido
admitidos mostra "como foi
um ato político e no atropelo" a
abertura da unidade.
"Ninguém ainda foi condenado. Mas ficam claras, desde a
origem, as trapalhadas do Depen na contratação. Fomos admitidos antes do curso de capacitação", disse Jacoby.
Jacoby confirmou que agentes deram "carteiradas" em casas noturnas da região.
"Reunimos o pessoal e explicamos que isso não era direito.
Hoje não existe mais isso aqui
na região", afirmou o dirigente
sindical.
Ele atribuiu o caos no presídio à atuação de Urbano, o diretor-geral. "A direção é inepta
para o cargo. Vive emitindo circulares e comunicados, um revogando o último e assim por
diante. Até extintores de incêndio têm memorandos colados.
Não é assim que se administra
um presídio."
O diretor da penitenciária de
Catanduvas, Ronaldo Urbano,
não quis se manifestar sobre o
documento da Polícia Federal
nem sobre as críticas à sua gestão feitas pelo presidente do
sindicato.
Ele disse que qualquer comentário sobre o relatório da
PF seria feito por Kuehne.
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