São Paulo, segunda-feira, 16 de abril de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Depen reconhece falhas em contratações

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CATANDUVAS

O diretor-geral do Depen (Departamento Penitenciário Nacional), Maurício Kuehne, disse, na sexta-feira, que só iria comentar o relatório da Polícia Federal sobre irregularidades no presídio federal de Catanduvas após ter acesso ao material.
"Assim que tivermos acesso a esse relatório, que devia ser sigiloso, iremos comentá-lo."
Kuehne reconheceu falhas no primeiro concurso para agente penitenciário federal.
"Quando assumi o Depen, o concurso já havia sido feito. Eu apenas o homologuei. Mas também decidi que, nos outros concursos, a prova escrita será uma primeira etapa, com o curso de capacitação valendo como segunda fase. É uma atividade nova e sujeita a ajustes", afirmou o diretor-geral do departamento.
Sobre a acusação de tortura por agentes, Kuehne disse que instaurou sindicância após o "incidente" e que o fato foi comunicado a autoridades policiais e judiciárias. "Tanto é que existe o processo aberto."
O diretor-geral disse ainda que o Depen "não tem qualquer comunicação sobre casos de comprometimento de agentes penitenciários federais com o crime organizado."

"Trapalhadas"
O presidente do Sindapef (Sindicato dos Agentes Penitenciários Federais de Catanduvas), Helder Jacoby, 37, disse que o fato de agentes com antecedentes criminais terem sido admitidos mostra "como foi um ato político e no atropelo" a abertura da unidade.
"Ninguém ainda foi condenado. Mas ficam claras, desde a origem, as trapalhadas do Depen na contratação. Fomos admitidos antes do curso de capacitação", disse Jacoby.
Jacoby confirmou que agentes deram "carteiradas" em casas noturnas da região.
"Reunimos o pessoal e explicamos que isso não era direito. Hoje não existe mais isso aqui na região", afirmou o dirigente sindical.
Ele atribuiu o caos no presídio à atuação de Urbano, o diretor-geral. "A direção é inepta para o cargo. Vive emitindo circulares e comunicados, um revogando o último e assim por diante. Até extintores de incêndio têm memorandos colados. Não é assim que se administra um presídio."
O diretor da penitenciária de Catanduvas, Ronaldo Urbano, não quis se manifestar sobre o documento da Polícia Federal nem sobre as críticas à sua gestão feitas pelo presidente do sindicato.
Ele disse que qualquer comentário sobre o relatório da PF seria feito por Kuehne.


Texto Anterior: OAB denuncia tortura dentro do presídio
Próximo Texto: Cabral vai propor a militares vigiar presídios
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.