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Cabral vai propor a militares vigiar presídios
Plano do governo do Estado do Rio prevê a substituição de policiais pelo Exército na patrulha aos presídios
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
O plano para a atuação dos
militares no Rio, a ser apresentado hoje pelo governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) ao
Ministério da Defesa e às Forças Armadas, inclui a proposta
de que tropas do Exército passem a patrulhar os complexos
penitenciários da região metropolitana.
A intenção de ter grupos militares 24 horas perto dos presídios foi levada pelo secretário
estadual de Segurança Pública,
José Mariano Beltrame, ao governador, que decidiu apresentá-la ao ministro da Defesa,
Waldir Pires, ao general Enzo
Peri (comandante do Exército),
ao brigadeiro Juniti Saito (Aeronáutica) e ao almirante Júlio
de Moura Neto (Marinha).
O planejamento que será
proposto por Cabral às autoridades federais foi feito, a mando de Beltrame, pelos policiais
federais que dirigem a Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança.
Segundo a Folha apurou, o
objetivo é propiciar a liberação
dos PMs hoje encarregados da
vigilância externa das unidades
do sistema penitenciário concentradas em Bangu (zona oeste), Catumbi, Água Santa e São
Cristóvão (zona norte) e Niterói (cidade a 15 km do Rio).
Caso as tropas do Exército
passem a vigiar o lado de fora
dos presídios, os efetivos da
PM hoje disponibilizados para
o serviço -em quantidade não
divulgada pela corporação, que
alega questões de segurança-
poderão vir a ser empregados
em trabalhos mais diretos de
combate à criminalidade.
O plano não prevê a atuação
dos militares no interior das
penitenciárias. Essa tarefa continuaria a cargo dos agentes especializados vinculados à Secretaria Estadual de Administração Penitenciária. Eles não
são policiais.
Vias expressas
Também será apresentada
pelo governador a proposta de
que as tropas do Exército passem a vigiar algumas vias expressas da região metropolitana, especialmente a Linha
Amarela (zona oeste-zona norte) e a Linha Vermelha (zona
norte-Baixada Fluminense).
Essas vias expressas são locais onde costumam ocorrer
confrontos entre policiais e criminosos. Nelas, já foram registrados casos de arrastões, assaltos, passagens de "bondes"
(comboios de carros roubados
usados pelas quadrilhas geralmente para atacar inimigos),
falsas interrupções de trânsito
e ataques a policiais.
A Folha apurou que esse é
um dos temores do Exército
em relação ao pedido de apoio
formulado pelo governador
fluminense. Se uma equipe sua
for atacada em uma via expressa, haverá reação, o que poderá
resultar nas mortes de criminosos e de inocentes que por
acaso estejam passando pelo
local naquele momento.
As Forças Armadas avaliam
que se morrer um inocente civil haverá uma grande repercussão negativa em relação à
sua presença nas ruas do Rio.
Esse temor deverá ser apresentado pelos comandantes militares ao governador.
A reunião foi determinada
pelo presidente Lula, que quer
os militares apoiando a área de
segurança pública do Rio.
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