São Paulo, segunda-feira, 16 de abril de 2007

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Cabral vai propor a militares vigiar presídios

Plano do governo do Estado do Rio prevê a substituição de policiais pelo Exército na patrulha aos presídios

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O plano para a atuação dos militares no Rio, a ser apresentado hoje pelo governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) ao Ministério da Defesa e às Forças Armadas, inclui a proposta de que tropas do Exército passem a patrulhar os complexos penitenciários da região metropolitana.
A intenção de ter grupos militares 24 horas perto dos presídios foi levada pelo secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, ao governador, que decidiu apresentá-la ao ministro da Defesa, Waldir Pires, ao general Enzo Peri (comandante do Exército), ao brigadeiro Juniti Saito (Aeronáutica) e ao almirante Júlio de Moura Neto (Marinha).
O planejamento que será proposto por Cabral às autoridades federais foi feito, a mando de Beltrame, pelos policiais federais que dirigem a Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança.
Segundo a Folha apurou, o objetivo é propiciar a liberação dos PMs hoje encarregados da vigilância externa das unidades do sistema penitenciário concentradas em Bangu (zona oeste), Catumbi, Água Santa e São Cristóvão (zona norte) e Niterói (cidade a 15 km do Rio).
Caso as tropas do Exército passem a vigiar o lado de fora dos presídios, os efetivos da PM hoje disponibilizados para o serviço -em quantidade não divulgada pela corporação, que alega questões de segurança- poderão vir a ser empregados em trabalhos mais diretos de combate à criminalidade.
O plano não prevê a atuação dos militares no interior das penitenciárias. Essa tarefa continuaria a cargo dos agentes especializados vinculados à Secretaria Estadual de Administração Penitenciária. Eles não são policiais.

Vias expressas
Também será apresentada pelo governador a proposta de que as tropas do Exército passem a vigiar algumas vias expressas da região metropolitana, especialmente a Linha Amarela (zona oeste-zona norte) e a Linha Vermelha (zona norte-Baixada Fluminense).
Essas vias expressas são locais onde costumam ocorrer confrontos entre policiais e criminosos. Nelas, já foram registrados casos de arrastões, assaltos, passagens de "bondes" (comboios de carros roubados usados pelas quadrilhas geralmente para atacar inimigos), falsas interrupções de trânsito e ataques a policiais.
A Folha apurou que esse é um dos temores do Exército em relação ao pedido de apoio formulado pelo governador fluminense. Se uma equipe sua for atacada em uma via expressa, haverá reação, o que poderá resultar nas mortes de criminosos e de inocentes que por acaso estejam passando pelo local naquele momento.
As Forças Armadas avaliam que se morrer um inocente civil haverá uma grande repercussão negativa em relação à sua presença nas ruas do Rio. Esse temor deverá ser apresentado pelos comandantes militares ao governador.
A reunião foi determinada pelo presidente Lula, que quer os militares apoiando a área de segurança pública do Rio.


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