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Brasileiro é suspeito de forjar a própria morte para receber seguro nos EUA
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Um brasileiro que morava
nos Estados Unidos é suspeito
de comprar o corpo de um indigente para forjar a própria
morte e tentar receber US$ 1,6
milhão (R$ 2,69 milhões) de
uma seguradora dos EUA. O cadáver chegou a ser enterrado
com nome falso.
Ontem, um funcionário do
IML (Instituto Médico Legal)
de Curitiba foi preso sob suspeita de vender o corpo. Ao todo, quatro pessoas foram presas por suspeita de participação
no golpe, inclusive o suposto
comprador.
Segundo a Polícia Civil paranaense, Mércio Eliano Barbosa, 28, titular da apólice de seguro, morava nos EUA há três
anos. Forjou sua morte ao usar
um atestado de óbito falso fornecido pelo funcionário do
IML João Alcione Cavalli. O
servidor, segundo a apuração
policial, esperava receber pela
venda do cadáver R$ 30 mil.
A seguradora norte-americana desconfiou do caso ao receber o comunicado da morte de
Barbosa no Paraná. Na última
sexta-feira, a polícia do Estado
localizou Barbosa, sua irmã e
um amigo na região de Ibaiti
(291 km de Curitiba). Como o
golpe foi descoberto em tempo,
o valor do seguro e da venda do
corpo não foi pago.
A mulher de Barbosa, que
deu entrada em papéis para
tentar receber o seguro, continua morando nos EUA. Um pedido de extradição será feito
pela Polícia Federal, pois ela está em situação ilegal naquele
país, segundo a Secretaria da
Segurança Pública do Paraná.
Cavalli é papiloscopista (responsável por colher e analisar
impressões digitais) e estava
cedido ao IML pelo Instituto de
Identificação, ambos departamentos da Polícia Civil.
Segundo o secretário da Segurança Pública do Paraná,
Luiz Fernando Delazari, a participação de Cavalli foi confirmada por Barbosa em depoimento. Para chegar até o funcionário, ele disse ter usado o
site de relacionamentos Orkut,
onde deixou recados para eventuais interessados em participar do golpe.
Os outros dois presos são a irmã de Barbosa, Daiana, 20, que
foi detida por ter acompanhado
Cavalli ao IML para "reconhecer" o corpo do irmão, e o colega de Barbosa Cristian de Andrade, 30. Ele foi preso porque
emprestou, segundo a polícia,
seu nome para o amigo financiar a compra de uma camionete por R$ 130 mil. Quando o dinheiro fosse liberado pela seguradora, o veículo seria quitado
por Barbosa e o amigo receberia uma gratificação.
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