São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 2008

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"Surtei", diz acusado de esquartejamento

Começou ontem o julgamento de Farah Jorge Farah, acusado de matar e esquartejar a ex-namorada em 2003

DA FOLHA ONLINE

Acusado de matar e esquartejar a paciente e ex-namorada Maria do Carmo Alves, em 2003, o ex-médico Farah Jorge Farah afirmou ontem, no tribunal, que foi perseguido e ameaçado pela vítima durante cinco anos antes de cometer o crime.
"Aquela mulher me atacou e eu me defendi tanto quanto pude. De lá para cá eu não me lembro. Eu surtei", afirmou.
"Ninguém estava na minha pele naquele dia. Ninguém estava na minha pele naqueles cinco anos para saber o que eu sofri", disse Farah, cujo julgamento começou ontem no fórum de Santana (zona norte).
A previsão é que o julgamento termine hoje. Farah está em liberdade provisória desde maio de 2007.
O interrogatório foi acompanhado pelos pais de Maria do Carmo. "Se não houve Justiça aqui, de Deus ele não escapa", disse a mãe da vítima, Alice Silva, 70, antes do início.
O crime ocorreu no consultório de Farah, em Santana, zona norte de São Paulo.
Na época, a polícia informou que Farah usou bisturi e pinças para dissecar o corpo de Maria do Carmo e tirar a pele de parte do rosto, tórax e pontas dos dedos das mãos e pés. O processo teria levado dez horas.
Preso, ele alegou legítima defesa e disse que era perseguido. Partes do corpo dela foram achadas embaladas em sacos de lixo, no porta-malas do carro.
Ontem, Farah disse que estava sozinho no consultório quando Maria do Carmo chegou, com uma faca. Ele contou que reagiu, mas que não se lembra do que ocorreu depois de desarmar a ex-namorada.
"Eu não sabia se era realidade, sonho ou pesadelo."
Em novembro de 2006, o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) cassou a licença de Farah. (GABRIELA MANZINI)


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