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Cidades podem ficar sem celular
ADRIANA MATTOS
ELVIRA LOBATO
DA REPORTAGEM LOCAL
A população de cidades pequenas pode ficar sem comunicação
via celular a partir dos próximos
dias. As operadoras de telefonia
móvel planejam desligar as estações rádio base (espécies de torres
de comunicação) que atendem as
regiões em que estão as principais
penitenciárias do Estado de São
Paulo, apurou a Folha. Essa ação
foi discutida pelo comando da Secretaria da Segurança Pública do
Estado ontem, em reunião de
uma hora com as principais empresas de telefonia móvel do país.
A medida está dentro de um
plano de emergência que pretende limitar o uso de celulares nos
presídios onde há rebeliões.
A secretaria irá pedir uma autorização para a Justiça paulista para que isso possa ser feito. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), órgão do governo
que regula esse mercado, estava
no encontro ontem em São Paulo
e concorda com o procedimento.
O problema é que, em municípios pequenos, pouco populosos
-onde há apenas uma estação
rádio base por cidade-, o desligamento da estação atingirá todos
os clientes. A Folha apurou que
cidades como Potim (SP), com 13
mil habitantes e 44 quilômetros
quadrados, e Reginópolis (SP),
com 5.000 habitantes e 411 quilômetros quadrados -onde existem presídios- podem ficar sem
sinal para celular. Franco da Rocha, na região metropolitana,
também seria afetada.
Vivo, Claro, TIM, Embratel e
Nextel estiveram no encontro ontem que discutiu essa medida. A
Acel (Associação Nacional das
Operadoras Celulares) esteve na
reunião, mas informou que não
iria se pronunciar.
Há uma série de impedimentos
na operação. É preciso que todas
as operadoras desliguem as estações que cobrem a área -cada
empresa tem uma torre. Além
disso, em cidades grandes, se uma
estação de uma operadora é bloqueada, outra estação próxima,
da mesma operadora, tende a cobrir aquele "buraco". O sinal será
de má qualidade, mas a cobertura
continuará a ser feita. Nesse caso,
seria necessário desligar mais de
uma estação. Estima-se que cada
torre cubra um espaço de até cinco quilômetros quadrados.
Está afastada pela secretaria e
operadoras a estratégia de bloquear o sistema por meio de aparelhos eletrônicos que são colocados dentro dos presídios. Esse
bloqueadores teriam de ser comprados pelas operadoras e estima-se que a demora para a encomenda e instalação seria de 30 a 60
dias. O bloqueio de celulares dentro de presídios foi abandonado
pelo governo de São Paulo. O sistema foi implantado em só 8 das
144 unidades prisionais no Estado
e, mesmo assim, de forma parcial.
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