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Qualidade da água do rio Tietê piora ainda mais
Conclusão é da Cetesb, que apresentou relatório sobre condição ambiental no Estado
Motivos ainda estão
sendo investigados, mas a variação das chuvas no
ano passado é citada
como uma das causas
AFRA BALAZINA
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Parecia não ser possível, mas
a qualidade da água do rio Tietê
piorou ainda mais em 2006. Segundo a Cetesb (agência ambiental paulista), o rio apresentava situação praticamente estável nos últimos anos.
A conclusão foi apontada ontem pela Cetesb na apresentação dos relatórios de qualidade
ambiental do Estado de São
Paulo, que incluem a situação
de praias, rios, águas subterrâneas e disposição do lixo.
Os motivos ainda estão sendo investigados, mas a variação
das chuvas no período é citada
como uma das causas por
Eduardo Mazzolenis de Oliveira, gerente do departamento de
Águas Superficiais da Cetesb.
No início e no final do ano,
uma maior precipitação em relação às médias históricas pode
ter levado maior carga de poluição para o rio -a água "lava" a
rua e joga no Tietê, por exemplo, o lixo acumulado nas vias.
Já o período de estiagem, no
meio do ano, foi mais rigoroso
em 2006 que a média histórica
e também pode ter prejudicado
o rio -o menor volume de água
dificulta a diluição do esgoto.
Num dos pontos monitorados, em Santana de Parnaíba
(quando o rio sai de SP para o
interior e está com a contribuição de esgoto do Tamanduateí,
do Aricanduva e do Pinheiros),
o oxigênio passou de 0,4 mg/l
para 0 mg/l. Segundo Nelson
Menegon Júnior, gerente de
Águas Interiores da Cetesb, para que exista vida no rio é necessário 4 mg/l de oxigênio.
O nitrogênio amoniacal, subproduto do esgoto não tratado
ou tratado parcialmente, ficou
com média 15,81 mg/l nesse
ponto (contra uma média histórica de 11,73 mg/l).
Segundo a Sabesp, para reduzir a poluição do rio Tietê "serão necessários investimentos
contínuos e ininterruptos na
expansão dos serviços de coleta
e tratamento de esgotos" e, ainda, acompanhar o crescimento
populacional na região metropolitana de São Paulo.
A empresa diz que foram investidos US$ 1,1 bilhão na primeira etapa do Projeto Tietê
-realizado entre 1992 e 1998
com a meta de coletar e tratar o
esgoto gerado na região metropolitana do Estado.
Atualmente, o programa está
na segunda etapa, que se estende até o 1º semestre de 2008.
Nessa fase estão sendo investidos US$ 400 milhões -metade
desse total é financiada pelo
BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento). Estão sendo construídos 36 quilômetros
de interceptores, 1.200 quilômetros de redes coletoras e 290
mil ligações domiciliares.
Para o ambientalista Carlos
Bocuhy, do Proam (Instituto
Brasileiro de Proteção Ambiental), para melhorar o Tietê
ainda falta "uma política integrada de saneamento" -uma
gestão intermunicipal.
Para ele, o aumento populacional na última década e a ampliação da atividade econômica
na área aumentam a quantidade de esgoto sem tratamento
jogado no local. Esses fatores,
diz, aliados à ausência de tratamento dos efluentes em algumas cidades provocam o aumento da poluição do rio.
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