São Paulo, quarta-feira, 16 de maio de 2007

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Falta de agilidade em exame eleva tempo de internação

Planos e seguros privados demoram em autorizar exames

ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO

O sistema de saúde suplementar (seguros e planos de saúde privados) na Grande São Paulo poderia reduzir o tempo de internação de pacientes com câncer caso houvesse mais controle e agilidade no acesso a exames. Essa é uma das conclusões feitas a partir de um estudo dos pesquisadores Denise Schout, Ana Maria Malik e Roberto de Queiroz Padilha, do Instituto de Estudos e Pesquisas do hospital Sírio-Libanês.
Ao analisar prontuários de atendimento em hospitais que fazem parte do sistema de saúde suplementar, eles constataram que o tempo médio de internação para pacientes com câncer de mama foi de 4,7 dias. O tempo, no entanto, varia de acordo com a operadora.
Para pacientes atendidos por seguradoras, a média foi de 5,8 dias. No caso de empresas de medicina de grupo (que têm rede de serviço própria), cai para 3,1. Atendidos no segmento de autogestão (entidades que prestam serviços exclusivos a uma associação) e cooperativas médicas tiveram média, respectivamente, de 2,9 e 3,3 dias.
No caso de pacientes com leucemias ou linfomas, o tempo de internação sobe, respectivamente, para 12,7 e 7,1 dias. Em todos os tipos de câncer analisados, pacientes de seguradora ficam muito mais tempo internados do que os outros.
Para Denise Schout, que apresentou ontem a pesquisa num seminário no Rio da Agência Nacional de Saúde Suplementar, a internação poderia ser menor se os procedimentos de controle e de agilização do acesso a exames fossem mais eficientes. "Uma das maiores queixas dos médicos é a demora para obter a autorização do exame. É por isso que muitos preferem internar logo, para agilizar isso. No caso das seguradoras, parece haver maior limitação no acesso a exames. Já grupos com rede própria dão mais ênfase ao atendimento ambulatorial e fazem o atendimento mais rápido possível no momento da internação", diz.
Ela defende que as operadoras acompanhem melhor o processo de atendimento à vítima de câncer, acelerando o diagnóstico e indicando logo o tratamento. Isso, no entanto, nem sempre acontece. A análise dos prontuários mostrou que muitos hospitais não tinham informações básicas do paciente.


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