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Falta de agilidade em exame eleva tempo de internação
Planos e seguros privados demoram em autorizar exames
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
O sistema de saúde suplementar (seguros e planos de
saúde privados) na Grande São
Paulo poderia reduzir o tempo
de internação de pacientes com
câncer caso houvesse mais controle e agilidade no acesso a
exames. Essa é uma das conclusões feitas a partir de um estudo dos pesquisadores Denise
Schout, Ana Maria Malik e Roberto de Queiroz Padilha, do
Instituto de Estudos e Pesquisas do hospital Sírio-Libanês.
Ao analisar prontuários de
atendimento em hospitais que
fazem parte do sistema de saúde suplementar, eles constataram que o tempo médio de internação para pacientes com
câncer de mama foi de 4,7 dias.
O tempo, no entanto, varia de
acordo com a operadora.
Para pacientes atendidos por
seguradoras, a média foi de 5,8
dias. No caso de empresas de
medicina de grupo (que têm rede de serviço própria), cai para
3,1. Atendidos no segmento de
autogestão (entidades que
prestam serviços exclusivos a
uma associação) e cooperativas
médicas tiveram média, respectivamente, de 2,9 e 3,3 dias.
No caso de pacientes com
leucemias ou linfomas, o tempo
de internação sobe, respectivamente, para 12,7 e 7,1 dias. Em
todos os tipos de câncer analisados, pacientes de seguradora
ficam muito mais tempo internados do que os outros.
Para Denise Schout, que
apresentou ontem a pesquisa
num seminário no Rio da Agência Nacional de Saúde Suplementar, a internação poderia
ser menor se os procedimentos
de controle e de agilização do
acesso a exames fossem mais
eficientes. "Uma das maiores
queixas dos médicos é a demora para obter a autorização do
exame. É por isso que muitos
preferem internar logo, para
agilizar isso. No caso das seguradoras, parece haver maior limitação no acesso a exames. Já
grupos com rede própria dão
mais ênfase ao atendimento
ambulatorial e fazem o atendimento mais rápido possível no
momento da internação", diz.
Ela defende que as operadoras acompanhem melhor o processo de atendimento à vítima
de câncer, acelerando o diagnóstico e indicando logo o tratamento. Isso, no entanto, nem
sempre acontece. A análise dos
prontuários mostrou que muitos hospitais não tinham informações básicas do paciente.
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