São Paulo, quarta-feira, 16 de maio de 2007

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16 bebês morrem no mesmo hospital em 45 dias na Bahia

Número de mortes é o dobro do que é registrado em unidade de Feira de Santana

Pais de recém-nascido que morreu na UTI neonatal do hospital denunciaram caso; instituição diz que já está investigando as causas

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Considerado referência em atendimento a gestantes na Bahia, o Hospital da Mulher de Feira de Santana (município a 108 km de Salvador) registrou 16 mortes de recém-nascidos nos últimos 45 dias.
Segundo a própria unidade, o número é o dobro do índice de mortes habitual. A instituição faz 600 partos por mês.
A diretoria do hospital, gerido pela prefeitura, disse ontem que vai investigar as mortes. A suspeita é que as mortes tenham relação com o aumento de atendimentos na unidade.
Apesar de considerarem o índice de letalidade elevado para os padrões do hospital, os diretores da unidade não haviam tornado as mortes públicas até anteontem à tarde, quando um casal fez a denúncia.
Pais de uma menina que morreu 51 dias após nascer, Erisvaldo Paixão e Maíra Graziela Padilha disseram que médicos da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal falaram sobre um eventual foco de contaminação no setor. O hospital nega (leia texto ao lado).
"Há pouco mais de uma semana, quando saí do hospital para visitar parentes, recebi uma ligação de uma funcionária da unidade pedindo meu retorno com urgência porque minha filha tinha contraído uma infecção. Uma semana depois, o bebê morreu", afirmou a mãe.
Desde que nasceu, a menina teve de ficar no berçário de alto risco porque apresentava problemas respiratórios.
Segundo os pais, todos os exames na menina durante a internação não apontaram nada anormal. "Os médicos e funcionários me disseram apenas que minha filha tinha problemas respiratórios e que necessitava de oxigênio", diz Padilha.
Apesar de o hospital ser municipal, equipes da Secretaria da Saúde da Bahia e da Vigilância Epidemiológica do Estado estiveram ontem em Feira de Santana para acompanhar as investigações. Segundo funcionários do Hospital da Mulher, todos os mortos tinham, no máximo, três meses de vida.


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