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16 bebês morrem no mesmo hospital em 45 dias na Bahia
Número de mortes é o dobro do que é registrado em unidade de Feira de Santana
Pais de recém-nascido que morreu na UTI neonatal do hospital denunciaram caso; instituição diz que já está investigando as causas
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Considerado referência em
atendimento a gestantes na Bahia, o Hospital da Mulher de
Feira de Santana (município a
108 km de Salvador) registrou
16 mortes de recém-nascidos
nos últimos 45 dias.
Segundo a própria unidade, o
número é o dobro do índice de
mortes habitual. A instituição
faz 600 partos por mês.
A diretoria do hospital, gerido pela prefeitura, disse ontem
que vai investigar as mortes. A
suspeita é que as mortes tenham relação com o aumento
de atendimentos na unidade.
Apesar de considerarem o índice de letalidade elevado para
os padrões do hospital, os diretores da unidade não haviam
tornado as mortes públicas até
anteontem à tarde, quando um
casal fez a denúncia.
Pais de uma menina que
morreu 51 dias após nascer,
Erisvaldo Paixão e Maíra Graziela Padilha disseram que médicos da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal falaram
sobre um eventual foco de contaminação no setor. O hospital
nega (leia texto ao lado).
"Há pouco mais de uma semana, quando saí do hospital
para visitar parentes, recebi
uma ligação de uma funcionária da unidade pedindo meu retorno com urgência porque minha filha tinha contraído uma
infecção. Uma semana depois,
o bebê morreu", afirmou a mãe.
Desde que nasceu, a menina
teve de ficar no berçário de alto
risco porque apresentava problemas respiratórios.
Segundo os pais, todos os
exames na menina durante a
internação não apontaram nada anormal. "Os médicos e funcionários me disseram apenas
que minha filha tinha problemas respiratórios e que necessitava de oxigênio", diz Padilha.
Apesar de o hospital ser municipal, equipes da Secretaria
da Saúde da Bahia e da Vigilância Epidemiológica do Estado
estiveram ontem em Feira de
Santana para acompanhar as
investigações. Segundo funcionários do Hospital da Mulher,
todos os mortos tinham, no
máximo, três meses de vida.
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