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"Fiquei pensando que o avião iria explodir meu carro"
DA AGÊNCIA FOLHA
Pouco menos do que dez segundos. Esse foi o intervalo em
que o comerciante Carlos Alberto Marton, 47, e seu sobrinho Rudnei Dias, 34, observaram, estáticos, os destroços do
avião que caiu ontem na via Dutra indo em sua direção.
Quase não acreditaram
quando perceberam que o resultado do choque anunciado
foi um leve amasso na lataria do
Gol que Marton dirigia. Uma
parte da asa entrou cerca de
cinco centímetros no espaço
entre o capô e a grade dianteira.
Os dois iam de Lorena (188
km de São Paulo), onde moram,
para Aparecida (167 km de SP)
buscar uma peça de uma máquina da fábrica de sacos plásticos de Marton. Viram o bimotor voar baixo, acertar um bambuzal no topo de uma colina na
lateral da estrada e cair "desgovernado", mas, recordam, "sem
fazer barulho" na pista.
Antes, Marton já havia desacelerado o carro até ele parar.
Os dois viram então "uma asa,
motor e outras peças" se aproximarem. "Não saí", disse. "Ficava ali, pensando que tinha
que me proteger, que aquilo ia
explodir meu carro."
"Foi como uma cena de cinema", disse Marton. Seu carro
até precisa de pequenos reparos, mas ele não pensa em fazê-los agora. "Estou satisfeito. Como católico, só posso pensar
que foi a mão de Deus, que não
era minha hora."
(JCM)
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