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Justiça nega 1ª liminar contra lei antifumo
Juiz argumenta que, embora fumar não seja um ato ilícito, a lei visa proteger não fumantes e quem trabalha nos bares
Associações pulverizam os pedidos de suspensão da
lei em diversas ações na esperança de que algum juiz concorde com sua tese
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Na primeira derrota na Justiça paulista contra a lei antifumo, o sindicato dos bares e restaurantes teve ontem negado o
pedido de liminar para suspender a proibição ao cigarro em
todo o Estado. A decisão foi de
primeira instância.
No processo, um mandado
de segurança coletivo impetrado na 11ª Vara de Fazenda Pública, o juiz, ao indeferir a liminar, disse que "a lei atacada
busca proteção aos não fumantes e, sobretudo, àqueles que
não têm opção de evitar as
áreas de fumantes porque nelas
trabalham horas a fio".
"São eles os garçons e demais
funcionários sujeitos às consequências dos ambientes onde
se fuma, ato que, embora não
seja ilícito é, à toda evidência,
nocivo para todos quantos estejam próximo", diz a decisão.
"É uma decisão ainda provisória, mas proferida no sentido
que achamos correto. O objetivo da lei é a defesa da saúde das
pessoas, a lei não é contra o fumante. As pessoas são livres para fumar, o que não é possível é
prejudicar as outras pessoas",
afirmou o secretário da Justiça
de SP, Luiz Antonio Marrey.
"Causou surpresa o juiz
avançar na questão de saúde
pública", disse o advogado
Marcus Vinícius Rosa, autor da
ação pelo SinHoRes-SP (Sindicato de Hotéis, Restaurantes,
Bares e Similares de São Paulo).
Pulverização
A estratégia das associações
do setor foi pulverizar os pedidos de suspensão da lei em várias ações em diferentes varas,
na tentativa de que distintos
juízes tenham entendimentos
diversos sobre o assunto. Até
ontem, eram ao menos seis
processos, boa parte deles
aberta pelo mesmo advogado.
No início desta semana, o
STF (Supremo Tribunal Federal) recusou e mandou arquivar
uma ação de inconstitucionalidade em que a categoria pedia a
anulação da lei.
Para a ministra Ellen Gracie,
relatora do caso, a entidade que
reúne bares e restaurantes não
tem legitimidade para ajuizar a
ação naquela corte.
Quando entrar em vigor em 6
de agosto, depois de 90 dias de
campanhas educativas, a lei antifumo vai proibir o cigarro em
todos os ambientes fechados de
acesso público de São Paulo.
Fumar só será permitido ao
ar livre e em locais onde o direito à intimidade é preservado,
como em residências e quartos
de hotéis. Autor da proposta, o
governador José Serra (PSDB)
disse que os recursos na Justiça
contra a lei seriam impetrados
por "espíritos de porco".
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