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Não há prova de bebida, diz pai de deputado
Carli Filho se envolveu em acidente de carro que causou duas mortes em Curitiba; testemunhas dizem que ele estava embriagado
Exame de sangue ainda não foi divulgado; Fernando Carli, que é prefeito de Guarapuava, nega pressão política para abafar o caso
AFONSO BENITES
DA AGÊNCIA FOLHA
O pai do deputado estadual
do Paraná Fernando Carli Filho (PSB), 26, envolvido em um
acidente de carro que causou
duas mortes em Curitiba, Fernando Carli, 59, afirma que não
há "provas" de que o filho estava embriagado nem de que dirigia em alta velocidade no momento da colisão. "Temos que
aguardar os laudos."
No último dia 7, o carro guiado pelo deputado, um Volkswagen Passat, colidiu com um
Honda Fit ocupado por Gilmar
Rafael Souza Yared, 26, e Carlos Murilo de Almeida, 20, no
bairro Mossunguê, em Curitiba. Yared e Almeida morreram.
O pai do deputado diz que está sofrendo pelas três famílias:
a dele e a das duas vítimas.
"Meu coração está doendo três
vezes mais." Diz ainda que pretende visitar as famílias das vítimas nos próximos dias.
A entrevista foi concedida à
Folha no hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde o filho
está internado na UTI desde
domingo. Ele foi submetido a
uma cirurgia no rosto anteontem. Não há risco de morte.
O exame de sangue que pode
atestar se Carli Filho estava
embriagado no dia da batida
ainda não foi divulgado.
O promotor Rodrigo Chemim Guimarães, designado pela Procuradoria Geral de Justiça do Paraná para acompanhar
o caso, diz que as testemunhas
ouvidas até agora afirmaram
que ele estava embriagado.
Um garçom e o dono do restaurante onde ele estava antes
do acidente, além de um motorista e de uma moradora da região que presenciaram a colisão, afirmaram que o deputado
aparentava estar bêbado.
Um documento elaborado
por um socorrista que esteve
no local do acidente também
aponta que Carli Filho estava
com "hálito etílico".
Prefeito reeleito de Guarapuava (272 km de Curitiba),
Fernando Carli (PP) nega ainda
que tenha havido pressão política para abafar o caso. Um tio
de Carli Filho também é deputado estadual: Plauto Miró
(DEM). "Não pedi nada a ninguém. Quando meu filho entrou no hospital [Evangélico,
em Curitiba, onde foi socorrido
antes da transferência para São
Paulo], estava sendo atendido
como qualquer um, pelo SUS."
Segundo ele, "há um julgamento antecipado". "Gostaria
que tudo fosse esclarecido, independentemente de ele ser
deputado ou não."
Carli Filho estava com a carteira suspensa. Nos últimos
seis anos, recebeu 130 pontos
após 30 autuações de trânsito,
sendo 23 por excesso de velocidade. O pai diz desconhecer a
quantidade de multas aplicadas
contra seu filho. Mas, segundo
ele, funcionários do gabinete de
Carli Filho também utilizam o
carro durante o expediente.
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