São Paulo, segunda-feira, 16 de maio de 2011

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PAULO EDGAR ALMEIDA RESENDE (1933-2011)

Do consultório às salas da PUC

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

A preocupação com as questões sociais fez Paulo Edgar Almeida Resende jogar tudo para o alto e mudar de vida: de dentista com especialização em câncer bucal, virou cientista político e professor com 42 anos dedicados à PUC de São Paulo.
Natural de Miraí (MG), ele perdeu a mãe, educadora, muito cedo. Como o pai era "bon vivant", segundo dizia, acabou criado pelos tios.
Formou-se em odontologia em Uberaba (MG) e especializou-se no Chile. Na volta, abriu um consultório em Governador Valadares (MG).
Cansado de trabalhar só para "quem tinha dinheiro", largou tudo e foi para Roma, onde entrou para a Igreja como padre secular. Era ligado à Teologia da Libertação.
Em 1961, formou-se em filosofia na Itália. Cinco anos depois, concluiu os estudos em ciências sociais na França. Ainda na década de 60, voltou ao Brasil para dar aulas na PUC.
Nos anos 70, saiu da igreja e casou-se com Vera da Rocha Resende, hoje professora aposentada do departamento de psicologia da Unesp.
Foi um dos mentores do curso de relações internacionais, fundou o departamento de ciência política, presidiu o Comitê de Ética e Pesquisa e coordenou o Núcleo de Análise de Conjuntura Internacional. Em 1977, dirigia a Faculdade de Ciências Sociais quando a polícia invadiu a PUC. Ao defender os alunos, apanhou e acabou preso.
Paulo tinha câncer e morreu na quinta, aos 78, de falência de órgãos. Deixa dois filhos e um neto.

coluna.obituario@uol.com.br


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