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ADMINISTRAÇÃO
Prefeita levou Kofi Annan a CEU na zona sul
Marta pede que entidade presidida por ela tenha representação na ONU
DA REPORTAGEM LOCAL
A prefeita de São Paulo, Marta
Suplicy (PT), pediu ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, um
assento nas Nações Unidas para
uma entidade que reúne cerca de
100 mil cidades do mundo todo e
que é presidida por ela.
Annan afirmou, segundo o relato da prefeita, que dará alguma espécie de representação na ONU,
mas não um assento -que dá direito a voto. Marta disse que Annan prometeu um "canal direto"
das cidades com a ONU.
"Isso era tudo o que eu queria,
tudo o que essa entidade nova
precisava como "start'", afirmou
Marta, referindo-se à organização
Cidades e Governos Locais Unidos, criada no mês passado e presidida por ela. A sede fica em Barcelona, na Espanha.
De acordo com Elizabeth Gateau, secretária-geral da nova entidade, a idéia é achar uma saída
intermediária entre o assento na
ONU e o mero papel de observador, já exercido por outras entidades, como a Cruz Vermelha.
Annan visitou ontem o CEU
(Centro Educacional Unificado)
Campo Limpo, na zona sul de São
Paulo. Acompanhado da mulher,
Nane, o secretário-geral foi recepcionado por Marta e por um grupo de cerca de 30 crianças. Elas
cantaram uma música pedindo
paz e entregaram presentes e
pombas de papel.
Em discurso no local, Annan
afirmou que o CEU -modelo de
escola adotado na gestão petista,
cuja estrutura inclui teatros, piscinas e centros de informática- é
um "ambiente maravilhoso",
"fruto da criatividade de Marta", e
disse ter ficado muito contente
pelo número de pessoas que
aproveitam o lugar. "É o que gostaríamos de ver em todas as comunidades carentes", disse Annan, que agradeceu arriscando
um pouco de português: "Muito
obrigado, grandes meninos".
Para Anna Tibaijuka, diretora
do programa Habitat da ONU,
que também visitou o CEU, o desafio agora é transformar o "escolão" em padrão, não em exceção.
Em sua opinião, outro ponto importante é a discussão sobre como
manter essa estrutura.
A prefeita disse que pediu um
assento para sua entidade na
ONU porque "o mundo mudou".
"O sistema [da ONU] é muito
complicado e burocrático, isso é
de outros tempos, tem de mudar.
As cidades querem ser protagonistas", afirmou. "Não tem volta,
as instituições vão ter de mudar."
"A ONU decidiu acabar com as
favelas, mas nunca discutiu com
as próprias cidades como acabar
com as favelas", disse Elizabeth
Gateau.
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