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SAÚDE
Fabricação deve começar em 2007; atualmente, país importa 17 milhões de doses por ano para imunizar grupos de risco
Butantan vai produzir vacina antigripe
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Instituto Butantan, ligado à
Secretaria da Saúde do Estado de
de São Paulo, se prepara para iniciar ainda neste ano a construção
de uma fábrica de vacina contra a
gripe, avaliada em R$ 55 milhões.
Será a primeira instituição brasileira a deter a tecnologia de fabricação da vacina, que foi transferida pelo laboratório franco-alemão Aventis Pasteur.
A expectativa é que, a partir de
2007, a fábrica produza 17 milhões de vacinas por ano, ao custo
estimado de R$ 90 milhões, para
imunizar idosos, servidores da
Saúde, população indígena e outros grupos de risco.
Neste ano, o governo federal
gastou cerca de R$ 105 milhões
com a importação de 17 milhões
de doses, a maior parte usada na
campanha de vacinação de pessoas com 60 anos ou mais. O único fornecedor é o Aventis Pasteur
-a transferência de tecnologia é
uma espécie de contrapartida pela exclusividade.
O prédio da fábrica, cuja licitação está em andamento, vai ocupar uma área de 2.000 m2, no próprio instituto. A obra, estimada
em R$ 15 milhões, será bancada
pelo governo estadual. A compra
dos equipamentos, avaliados em
R$ 40 milhões, já foi autorizada
pelo governo federal.
Segundo Otávio Mercadante,
diretor do Instituto Butantan, o
processo de transferência de tecnologia começou em 2000, quando o laboratório começou a capacitar os funcionários do instituto.
A partir de 2001, o instituto iniciou o processo de envasamento e
controle da vacina antigripal usada na campanha nacional de vacinação dos idosos. Ou seja, ficou
responsável por colocar em frascos o produto recebido em botijões vindos da França.
Neste ano, o processo ficou um
pouco mais complexo: o instituto
começou a misturar, ainda experimentalmente, as três cepas do
vírus influenza que compõem a
vacina. Foram produzidas 400 mil
doses, que foram remetidas à
França para passar pelo controle
de qualidade do Aventis Pasteur.
Todas foram aprovadas.
Mercadante afirma que a idéia é
que parte das vacinas usadas na
campanha dos idosos de 2005 seja
"misturada" no Butantan. A próxima fase, já com a fábrica pronta,
será a produção da vacina propriamente dita. Uma das etapas
inclui a compra de 17 milhões de
ovos de galinha, nos quais as cepas do vírus da gripe serão inoculadas para a obtenção da vacina.
Segundo o geriatra João Toniolo Neto, que coordena o grupo de
estudos da gripe da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a
vacina usada no Brasil é composta
por três tipos de vírus influenza
que estejam em maior circulação.
A composição, atualizada anualmente, é definida pela Organização Mundial da Saúde, de acordo
com dados de vigilância epidemiológica do Brasil e de outros
países do hemisfério Sul.
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