São Paulo, quarta-feira, 16 de junho de 2004

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Servidores da Saúde avaliam hoje se retomam greve

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma assembléia de servidores estaduais da saúde hoje pode decidir pela retomada da greve. A paralisação, iniciada em 10 de maio, tinha sido interrompida desde o último dia 9, quando os grevistas passaram a aguardar nova proposta do governo, permanecendo em "estado de greve".
A diretoria do Sindsaúde, sindicato que reúne a categoria no Estado, disse que a tendência da assembléia de hoje é pela retomada da paralisação.
Ontem, o Palácio dos Bandeirantes ofereceu um reajuste de 20% sobre as gratificações e um aumento de R$ 50 por plantão médico de 12 horas, que hoje é de R$ 250. A proposta, porém, só valeria a partir de outubro. Segundo o Sindsaúde, isso representaria um reajuste que varia de 8,26% (auxiliares de serviço) a 12,47% (médico e cirurgião-dentista) sobre o total de vencimentos. E a categoria quer reajuste de 30% sobre o total de vencimentos, não apenas sobre as gratificações.
Ao saberem da contraproposta do Estado, os servidores do HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão Preto decidiram ontem mesmo retomar a greve.
A Secretaria de Estado da Saúde argumenta que o governo propôs ainda medidas para melhorar as condições de trabalho, como programas de qualificação técnica.
Em um ponto as duas partes parecem concordar: sindicato e secretaria negaram que o atendimento esteja interrompido em algumas unidades.
Alguns pacientes, porém, não concordam com essa avaliação. A professora Simone Alves de Aguiar, 45, saiu cedo de Guarulhos (Grande SP), onde mora, e chegou às 9h ao Hospital do Servidor Estadual, ontem. Seis horas depois, às 15h, ela ainda aguardava a chegada de uma médica para examinar seu olho direito, que sofreu cirurgia para correção de um descolamento de retina.
"Eu vim achando que tinha acabado a greve. Vim até aqui, e a médica ainda não chegou. Tenho que esperar sentada", disse Simone, que ainda assim manifestou solidariedade aos grevistas.


Colaborou o "Agora"

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