São Paulo, sexta-feira, 16 de junho de 2006

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Kassab exige que perueiros apresentem ficha criminal

Decreto obriga atualização de atestado de antecedentes de membros da categoria

Medida ocorre após divulgação de inquérito que apura envolvimento de empresa de transportes com o crime organizado


DO "AGORA"

Os cerca de 5.500 perueiros e funcionários das dez cooperativas do sistema de transporte da cidade serão obrigados a enviar o atestado pessoal e atualizado de antecedentes criminais à Prefeitura de São Paulo.
A determinação, do prefeito Gilberto Kassab (PFL), ocorre 11 dias após a polícia divulgar inquérito que aponta a participação do ex-secretário de Transportes Jilmar Tatto (PT) na distribuição de lotações de uma empresa suspeita de ligações com a facção criminosa PCC em linhas da zona sul.
O decreto com a medida foi publicado ontem no "Diário Oficial da Cidade". As viações de ônibus também serão obrigadas a atualizar o cadastro de antecedentes criminais de cerca de 36 mil funcionários. "Serão exigidas condutas e padrões de qualificação técnica e profissional, bem como atestado atualizado de antecedentes criminais dos prestadores de serviço [do sistema]", diz o decreto, que atualizou uma lei municipal de 2005 que já exigia dos permissionários o histórico de passagens policiais.
A assessoria de imprensa do prefeito informou que os detalhes da aplicação do decreto serão divulgados apenas hoje.
O prefeito também determinou a abertura de uma sindicância para apurar se perueiros ligados ao crime organizado foram lotados em cooperativas legais após o fechamento da Transmetro -a operadora foi extinta do sistema após seu presidente, Antônio Müller Júnior, ser preso em maio de 2003 sob suspeita de envolvimento com o PCC.
Na última quarta, a polícia de Santo André pediu a prisão preventiva de oito pessoas, entre elas o ex-secretário, que teriam influência sobre a garagem 2 da Cooper-Pan, onde estariam perueiros ligados ao PCC.
Os pedidos de prisão serão analisados na segunda-feira pela Justiça. Tatto nega irregularidade e diz acreditar em "cunho político" nas investigações. Ele afirma nunca ter influenciado na distribuição de perueiros. (DIEGO ZANCHETTA)


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