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Kassab exige que perueiros apresentem ficha criminal
Decreto obriga atualização de atestado de antecedentes de membros da categoria
Medida ocorre após divulgação de inquérito que apura envolvimento de empresa de transportes com o crime organizado
DO "AGORA"
Os cerca de 5.500 perueiros e
funcionários das dez cooperativas do sistema de transporte da
cidade serão obrigados a enviar
o atestado pessoal e atualizado
de antecedentes criminais à
Prefeitura de São Paulo.
A determinação, do prefeito
Gilberto Kassab (PFL), ocorre
11 dias após a polícia divulgar
inquérito que aponta a participação do ex-secretário de
Transportes Jilmar Tatto (PT)
na distribuição de lotações de
uma empresa suspeita de ligações com a facção criminosa
PCC em linhas da zona sul.
O decreto com a medida foi
publicado ontem no "Diário
Oficial da Cidade". As viações
de ônibus também serão obrigadas a atualizar o cadastro de
antecedentes criminais de cerca de 36 mil funcionários. "Serão exigidas condutas e padrões
de qualificação técnica e profissional, bem como atestado
atualizado de antecedentes criminais dos prestadores de serviço [do sistema]", diz o decreto, que atualizou uma lei municipal de 2005 que já exigia dos
permissionários o histórico de
passagens policiais.
A assessoria de imprensa do
prefeito informou que os detalhes da aplicação do decreto serão divulgados apenas hoje.
O prefeito também determinou a abertura de uma sindicância para apurar se perueiros
ligados ao crime organizado foram lotados em cooperativas
legais após o fechamento da
Transmetro -a operadora foi
extinta do sistema após seu
presidente, Antônio Müller Júnior, ser preso em maio de
2003 sob suspeita de envolvimento com o PCC.
Na última quarta, a polícia de
Santo André pediu a prisão preventiva de oito pessoas, entre
elas o ex-secretário, que teriam
influência sobre a garagem 2 da
Cooper-Pan, onde estariam perueiros ligados ao PCC.
Os pedidos de prisão serão
analisados na segunda-feira pela Justiça. Tatto nega irregularidade e diz acreditar em "cunho político" nas investigações.
Ele afirma nunca ter influenciado na distribuição de perueiros.
(DIEGO ZANCHETTA)
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