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Outro lado
Empresário diz que valor iria para o despachante
Secretário Andrea Matarazzo afasta o chefe da fiscalização até a conclusão das investigações internas sobre o caso
DA REPORTAGEM LOCAL
O empresário Marco Antonio Tobal diz que é completamente equivocada a interpretação de que os valores mencionados na conversa seriam pagamento de propina: "O dinheiro era o pagamento para o despachante, não para a subprefeitura". Ele não soube informar o
sobrenome e o telefone de Jaques, o suposto despachante.
A prova de que não houve pagamento de propina, segundo
Tobal, é que o Sampa Bingo foi
lacrado. "A prefeitura foi implacável. Fechou o bingo dias
depois." A conversa gravada pela polícia ocorreu em 9 de fevereiro deste ano; a casa de jogos
foi fechada definitivamente 77
dias depois, em 27 de abril.
O Reginaldo citado na conversa, conforme Tobal, só enviou o recurso do bingo para o
departamento jurídico da subprefeitura. "Se o despachante
usou algum método reprovável,
é problema do despachante."
O secretário Andrea Matarazzo, titular da Subprefeitura
da Sé, diz que não existe trabalho para despachante no órgão:
"Se tem valores é corrupção".
Ele decidiu afastar o supervisor de fiscalização da subprefeitura, Reginaldo José Fazzion, enquanto durarem as investigações internas.
Segundo Matarazzo, Tobal
esteve uma vez na subprefeitura, em 28 de julho de 2006. Foi
entregar documentos do Sampa Bingo, do qual ele diz não ser
o dono. Um Jaques foi seis vezes à subprefeitura. Não há registro da passagem por lá de
Willian Rossi -Tobal diz que
Rossi é o dono do bingo.
Em julho, o Sampa Bingo havia sido multado em R$ 5.458
por não cumprir a determinação de fechamento da prefeitura. Em 6 de fevereiro deste ano,
a subprefeitura fechou a casa.
Como a ordem não foi respeitada, o bingo foi emparedado dois
dias depois. O fechamento definitivo ocorreu em abril.
A prefeitura já fechou 23 dos
25 bingos da região central de
São Paulo. Na cidade, 156 dos
170 bingos estão lacrados.
O advogado Paulo Morais,
que defende Olavo Sales da Silveira, presidente da Abrabin,
diz que a maior prova de que
seu cliente nunca se envolveu
com supostos esquemas é que
não foi indiciado pela PF.
Roberto Delmanto Jr., advogado de Danielle Chiorino Figueiredo, diz que não conhece
as conversas gravadas. "A Danielle não tem nada a ver com
isso. Ela sempre agiu da forma a
mais correta possível".
A Folha não conseguiu localizar Willian Rossi.
(MCC)
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