São Paulo, sábado, 16 de junho de 2007

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Outro lado

Empresário diz que valor iria para o despachante

Secretário Andrea Matarazzo afasta o chefe da fiscalização até a conclusão das investigações internas sobre o caso

DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário Marco Antonio Tobal diz que é completamente equivocada a interpretação de que os valores mencionados na conversa seriam pagamento de propina: "O dinheiro era o pagamento para o despachante, não para a subprefeitura". Ele não soube informar o sobrenome e o telefone de Jaques, o suposto despachante.
A prova de que não houve pagamento de propina, segundo Tobal, é que o Sampa Bingo foi lacrado. "A prefeitura foi implacável. Fechou o bingo dias depois." A conversa gravada pela polícia ocorreu em 9 de fevereiro deste ano; a casa de jogos foi fechada definitivamente 77 dias depois, em 27 de abril.
O Reginaldo citado na conversa, conforme Tobal, só enviou o recurso do bingo para o departamento jurídico da subprefeitura. "Se o despachante usou algum método reprovável, é problema do despachante."
O secretário Andrea Matarazzo, titular da Subprefeitura da Sé, diz que não existe trabalho para despachante no órgão: "Se tem valores é corrupção".
Ele decidiu afastar o supervisor de fiscalização da subprefeitura, Reginaldo José Fazzion, enquanto durarem as investigações internas.
Segundo Matarazzo, Tobal esteve uma vez na subprefeitura, em 28 de julho de 2006. Foi entregar documentos do Sampa Bingo, do qual ele diz não ser o dono. Um Jaques foi seis vezes à subprefeitura. Não há registro da passagem por lá de Willian Rossi -Tobal diz que Rossi é o dono do bingo.
Em julho, o Sampa Bingo havia sido multado em R$ 5.458 por não cumprir a determinação de fechamento da prefeitura. Em 6 de fevereiro deste ano, a subprefeitura fechou a casa. Como a ordem não foi respeitada, o bingo foi emparedado dois dias depois. O fechamento definitivo ocorreu em abril.
A prefeitura já fechou 23 dos 25 bingos da região central de São Paulo. Na cidade, 156 dos 170 bingos estão lacrados.
O advogado Paulo Morais, que defende Olavo Sales da Silveira, presidente da Abrabin, diz que a maior prova de que seu cliente nunca se envolveu com supostos esquemas é que não foi indiciado pela PF.
Roberto Delmanto Jr., advogado de Danielle Chiorino Figueiredo, diz que não conhece as conversas gravadas. "A Danielle não tem nada a ver com isso. Ela sempre agiu da forma a mais correta possível".
A Folha não conseguiu localizar Willian Rossi. (MCC)


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