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RACHEL MELAMET (1954-2008)
Insistência pelo jornalismo e pelo doce
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando um amigo foi ao
hospital avisá-la que Fofo, o
mais velho e doce de seus 11
gatos, morrera naquela noite
-o terceiro em 15 dias-, viu
que era tarde. Rachel Melamet havia sucumbido ao açúcar de que tanto gostava.
Filha de pai turco criado
em Paris, "herdou o gosto pela boa mesa" e pelos doces.
"Era doceira mesmo", diz a
mãe, e "ótimo" era o bolo de
chocolate das ceias de Natal.
Nascida em São Paulo em
meio às festas do Quarto
Centenário, Rachel viveu na
Argentina e no Uruguai,
sempre "perseguida" pelo
diabetes. "Ela não se cuidava
e comia chocolate demais."
Rachel fez o "curso normal", mas não foi professora;
Queria ser jornalista. Formada em jornalismo, foi parar no "Última Hora" de Samuel Wainer. Trabalhou no
"Jornal da Tarde", na Folha
e foi assessora de imprensa.
"Repórter brilhante", falava espanhol, francês, inglês e
tinha "um ar irônico", mesmo desempregada e à procura de colaborações. "Ela batalhava e fazia free-lancers
que as revistas nem sempre
pagavam", diz a mãe.
Rachel vivia em "busca".
Escrevia textos de informática para o "Diário do Comércio", fazia "frilas" para
feiras de eventos e deixara,
há dois meses, um currículo
em um site de empregos.
Morreu de infarto, devido
à diabetes, na terça, aos 53.
"Ironia do destino", diz um
colega, quem avisou as dezenas de amigos que Rachel tinha nas redações foi a entidade protetora de gatos.
obituario@folhasp.com.br
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