São Paulo, segunda-feira, 16 de junho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RACHEL MELAMET (1954-2008)

Insistência pelo jornalismo e pelo doce

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando um amigo foi ao hospital avisá-la que Fofo, o mais velho e doce de seus 11 gatos, morrera naquela noite -o terceiro em 15 dias-, viu que era tarde. Rachel Melamet havia sucumbido ao açúcar de que tanto gostava.
Filha de pai turco criado em Paris, "herdou o gosto pela boa mesa" e pelos doces. "Era doceira mesmo", diz a mãe, e "ótimo" era o bolo de chocolate das ceias de Natal.
Nascida em São Paulo em meio às festas do Quarto Centenário, Rachel viveu na Argentina e no Uruguai, sempre "perseguida" pelo diabetes. "Ela não se cuidava e comia chocolate demais."
Rachel fez o "curso normal", mas não foi professora; Queria ser jornalista. Formada em jornalismo, foi parar no "Última Hora" de Samuel Wainer. Trabalhou no "Jornal da Tarde", na Folha e foi assessora de imprensa.
"Repórter brilhante", falava espanhol, francês, inglês e tinha "um ar irônico", mesmo desempregada e à procura de colaborações. "Ela batalhava e fazia free-lancers que as revistas nem sempre pagavam", diz a mãe.
Rachel vivia em "busca". Escrevia textos de informática para o "Diário do Comércio", fazia "frilas" para feiras de eventos e deixara, há dois meses, um currículo em um site de empregos.
Morreu de infarto, devido à diabetes, na terça, aos 53. "Ironia do destino", diz um colega, quem avisou as dezenas de amigos que Rachel tinha nas redações foi a entidade protetora de gatos.

obituario@folhasp.com.br

Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: Polícia divulga novas imagens da Pinacoteca
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.