Cenas mostram com clareza a ação dos três criminosos que levaram quatro obras do museu na última quinta-feira

Enquanto um deles distraiu os monitores da sala ao lado, outros dois pegaram os quadros; uma funcionária os flagrou durante o roubo

MARIANA POLI
DO "AGORA"

A polícia divulgou na manhã de ontem novas imagens do roubo de quadros da Estação Pinacoteca, uma extensão da Pinacoteca de São Paulo, na Luz (região central). Por meio das cenas é possível acompanhar com clareza a ação dos bandidos, que levaram quatro obras do museu na última quinta-feira.
As imagens mostram os homens entrando na Estação Pinacoteca como visitantes, roubando as obras e deixando o local tranqüilamente, com duas grandes sacolas. Como estavam em três, os bandidos agiram separadamente para não levantar nenhuma suspeita.
Após comprarem os ingressos, eles subiram pelos elevadores até o andar em que estavam os quadros.
Por meio das imagens, é possível entender a estratégia dos ladrões, que não usavam máscaras. A função do homem de boné e óculos escuros era distrair os funcionários. Assim, ele passou os cerca de dez minutos nos quais a ação se desenrolou pedindo informações aos monitores da sala ao lado de onde estavam as obras alvo do roubo -"Mulheres na Janela" (1926), de Di Cavalcanti, "Casal" (1919), de Lasar Segall, "O Pintor e Seu Modelo" (1963) e "Minotauro, Bebedor e Mulheres" (1933), ambas de Pablo Picasso. As obras haviam sido emprestadas ao museu pela Fundação José e Paulina Nemirovsky.
Enquanto isso, os outros dois ladrões agiram. As imagens mostram o homem de blusa branca e o homem de camisa azul entrando na sala de exposição, fazendo anotações e olhando os quadros. Minutos depois, um deles começa a desparafusar uma das obras da parede. Neste momento, chega uma funcionária do museu.
O homem de camisa azul diz alguma coisa para ela, enquanto o de blusa branca aparentemente mostra uma arma. Atônita, a monitora não reage. Nervoso, o homem de blusa branca pede que ela se dirija para um canto da sala. Ela obedece. Os dois pegam os quadros e os colocam em duas sacolas de lona branca.
O homem de camisa branca fica na espreita para que o comparsa possa sair da sala de exposição sem ser notado.
No andar de baixo, o homem de boné distrai o segurança e o leva para fora da Estação Pinacoteca. Nesse momento, os dois homens deixam o museu carregando as sacolas. O segurança volta, cruza com eles, e não nota nada de estranho.


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