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JORGE HARGESHEIMER (1944-2009)
Ele viu a foto evoluir, do preto e branco à era digital
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
A vida profissional do filho
de imigrantes alemães Jorge
Hargesheimer teve início numa foto em preto e branco.
Jovem, com cerca de 14 anos,
começou como aprendiz num
tradicional estúdio de fotografia, de alemães, no Brooklin, zona sul de São Paulo.
Fotografava casamentos,
aniversários e batizados.
Quando ele próprio se casou, teve de recorrer a um
amigo para registrar a festa.
Em 1967, conheceu a mulher,
Sueli, num clube. Dois anos
depois, oficializaram a união.
Como não conseguia ser fotógrafo e noivo ao mesmo
tempo, Ronaldo -amigo que
seria, depois, seu funcionário- quebrou-lhe o galho.
Três anos depois, dois filhos para criar e o terceiro por
vir, o casal decidiu vender a
casa e investir o dinheiro na
compra de uma loja, no Campo Belo (zona sul da capital),
chamada Foto G Comercial.
Numa prateleira, seu Jorge,
como era chamado, guardou
as câmeras antigas. Autodidata e sempre ligado, acompanhou a evolução da fotografia.
Nos anos 80, lembra o filho
Fabio, viu as imagens ganharem cores na revelação. As
mudanças foram gradativamente ocorrendo e, no começo dos anos 2000, teve de se
adaptar à era digital. O que era
preto e branco, no início, virou colorido e digital.
O negócio se expandiu: hoje
são três lojas. A nova casa foi
comprada cerca de seis anos
depois de a loja começar.
Morreu domingo (7), aos
65, de falência de órgãos. Tinha um câncer de pâncreas.
Teve três filhos e uma neta.
obituario@grupofolha.com.br
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