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Chefes de estatais ganham 58% mais que prefeito
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
Num ano de crise econômica,
presidentes e diretores das
principais estatais ligadas à
prefeitura paulistana tiveram
reajustes e passaram a receber
salários de até R$ 19.500 -quase 58% acima do que ganha o
próprio Gilberto Kassab.
Os aumentos, em percentuais que chegam a superar a
faixa de 30%, foram concedidos
ao alto escalão da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), da SPTrans (São Paulo
Transporte), da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização) e da Cohab (Companhia
Metropolitana de Habitação).
Os presidentes dessas empresas passaram a receber R$
19.500; os diretores, R$ 18.500.
Kassab recebe R$ 12.384.
No total, em torno de 30 funcionários foram beneficiados
pelo reajuste, articulado em
conjunto pelas empresas e
aprovado há dois meses nas assembleias de acionistas. O custo do aumento em um ano deverá passar de R$ 2 milhões.
A prefeitura utiliza quatro
argumentos básicos para defender a elevação salarial:
1) As estatais não dependem
do Tesouro Municipal e seguem parâmetros de mercado;
2) Houve uma equiparação
com valores que eram pagos em
outra empresa, a SPTuris;
3) Não há irregularidade no
fato de eles receberem mais do
que Kassab, inclusive por serem da administração indireta;
4) Os reajustes foram acompanhados de outros cortes em
cargos de confiança, não havendo, assim, impactos negativos nas contas públicas.
Edson Cosac Bortolai, especialista em direito público, diz
não haver lei que impeça esses
funcionários de terem salários
maiores que o do prefeito.
O reajuste foi autorizado
num ano em que a prefeitura
anunciou congelamento de
20% no Orçamento de diversos
setores. O ritmo de obras e investimentos diminuiu.
Na CET, diretores que ganhavam R$ 14.052 até abril
passaram a receber R$ 18.500.
Segundo a companhia, a elevação se deu por "medida de
isonomia" -como "equiparação salarial" com os valores que
já eram pagos pela SPTuris.
A CET disse que houve de um
ano para cá redução dos cargos
de confiança, com economia de
44% nesse tipo de gasto. A
SPTrans divulgou queda de 707
cargos do tipo ou terceirizados.
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