São Paulo, sexta-feira, 16 de julho de 2004

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Área do Instituto Biológico não cresce mais

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar da explosão imobiliária que rodeia o local, uma área no centro da subprefeitura da Vila Mariana não deve mais crescer. Ali, o plano diretor regional definiu: os prédios poderão ter, no máximo, 15 metros de altura.
A área fica próxima ao Instituto Biológico, uma construção que já é tombada pelo Condephaat e pelo Compresp (conselhos estadual e municipal de defesa do patrimônio, respectivamente).
No ano passado, a extensão do tombamento municipal a casinhas na frente do instituto gerou conflito entre os moradores que apoiaram a medida e os que achavam que as casas não eram mais viáveis nem para habitação nem para comércio, e, portanto, não deviam ser tombadas.
A definição dos 15 metros como altura limite para os prédios que ficam perto do instituto também gerou discussões entre os moradores durante a elaboração do plano regional.
"Não houve acordo entre os grupos e acabamos optando por uma área mista de baixa densidade, com predominância do uso residencial", disse o arquiteto Luiz Fernando Vecchia, da subprefeitura da Vila Mariana.
A definição abrange a área localizada entre as ruas França Pinto, Rio Grande, Marselhesa, Capitão Macedo e Sena Madureira.

Aspecto visual
Antes do plano, a região era uma Z2 -os prédios não tinham limite de altura e os proprietários eram autorizados a construir até 2,5 vezes o tamanho do terreno.
"Essa decisão é boa pois preserva o Instituto Biológico do ponto de vista visual, ele não será mais coberto por prédios", comemorou a urbanista Regina Monteiro, do Defenda São Paulo.
"É verdade que, para quem queria vender o imóvel, houve uma desvalorização. Mas do ponto de vista geral, a verticalização prejudicaria o bairro", afirma César Angelucci, da AMAV.
O Condephaat também criou restrições a novas construções perto do Instituto Biológico, quando o tombou, em 2002. O órgão definiu, em um raio de 300 metros a partir do instituto, as características necessárias para a aprovação de novos prédios. Antes, porém, a entidade foi pressionada por moradores.
"A lei de zoneamento era permissiva e os moradores queriam mudá-la mediante um tombamento. Nós não podíamos fazer nada, pois o caso estava em estudo e nós só pensamos na preservação do monumento. Agora, o plano estabeleceu uma altura ainda menor que a exigida por nós, pensando urbanisticamente. Para os moradores, é uma vantagem", disse o presidente do Condephaat, José Roberto Melhem. (AL)


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