São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 2008

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Nº de mortos por policiais cresce em SP e no Rio

PM paulista matou 21% mais entre janeiro e maio, em relação ao mesmo período de 2007

Para Ouvidoria, falta acompanhamento psicológico para reduzir mortes; no Rio, mortes por policiais têm aumentado desde 2004


DA REPORTAGEM LOCAL

As polícias do Rio de Janeiro e de São Paulo estão matando mais em 2008 do que no mesmo período do ano passado. Na Polícia Militar paulista, por exemplo, foram 21% mais mortes em relação a 2007.
Entre janeiro e maio deste ano, houve 221 mortes causadas por PMs. No mesmo período de 2007, foram 182 casos, segundo dados da Corregedoria da PM, publicados no "Diário Oficial" do Estado.
No período, houve queda de 19% nos feridos por PMs.
Segundo Júlio César Neves, ouvidor assistente da polícia de São Paulo, falta acompanhamento psicológico mensal para reduzir o número de mortes.
A Polícia Civil também matou mais -13, de janeiro a março, e feriu 14. No mesmo período de 2007, nove morreram e sete se feriram, segundo a Secretaria da Segurança Pública.
Para a pesquisadora Cristina Neme, do NEV (Núcleo de Estudos da Violência da USP), a associação entre mais mortes e menos feridos pode indicar uma tendência a uma política de confronto. Ela não considera linha dura, porém, a gestão do secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão.
A PM diz que atua legalmente e que treina os policiais pelo método Giraldi, que os ensina a só atirar em último caso. A corporação disse que tirou das ruas mais de 32 mil criminosos de janeiro a maio.

Rio de Janeiro
No Rio, as mortes por policiais civis e militares só têm aumentado desde 2004, segundo a Secretaria de Segurança. Foram 502 casos de janeiro a abril deste ano-11,8% a mais que no mesmo período de 2007.
Segundo Neme, do NEV, no Rio há um política clara de confronto. "A prioridade não é a preservação da vida."


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