São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 2008

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JORGE LUIZ VIEIRA (1957-2008)

Acordava e dormia respirando política

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Jorge Luiz Vieira contava 22 anos, o regime militar, 15, e o general João Baptista Figueiredo, 61, quando a Lei da Anistia foi assinada. Era 1979, e os exilados puderam finalmente retornar ao país.
Quando Leonel Brizola pisou de novo as terras brasileiras, Jorge, fã do político gaúcho, foi recepcioná-lo, de pé atrás com o regime dos militares e de Figueiredo.
Em 1980, Brizola fundou o PDT, e foi natural que Jorge estivesse lá. Na juventude, já era um apaixonado pela militância, influenciado pelas histórias contadas pelo pai.
No sexto ano de partido, já formado pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas, conseguiu licença no IBGE, onde trabalhava, para tentar uma vaga de deputado estadual. "Conseguiu pouco mais de 6.000 votos", lembra a mulher. Foi a primeira e a última vez que concorreu, mas passou, depois, a se dedicar integralmente ao partido, tornando-se secretário-geral do PDT no Rio em 2005.
O respiro da política era o Botafogo. Quando o time vencia, dizia-se de alma lavada. "E eu? O que faço para sentir o mesmo?", perguntava a mulher flamenguista. "Muda de time, oras", falava.
No sábado, ao voltar de um compromisso político, teve o carro atingido por um veículo na contramão ocupado por bandidos em fuga.
Após a batida, os criminosos dispararam contra o carro e fugiram. Morreu, no Rio de Janeiro, aos 51 anos, baleado na cabeça. Deixa dois filhos e uma neta.

obituario@folhasp.com.br


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