São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Campos do Jordão registra umidade próxima à do Saara

Cidade teve taxa mínima de 12%, no limite para estado de emergência e semelhante à média do deserto, de 10%

Capital com índice mais baixo é Cuiabá, com 20%, mas outras 6 também estão em situação crítica; São Paulo teve mínima de 21%


BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA

CRISTINA MORENO DE CASTRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Durante duas horas da manhã de ontem, o clima em Campos do Jordão, a 167 km de São Paulo, ficou tão seco quanto o do deserto do Saara. A taxa de umidade mínima chegou a 12%, próximo da média de umidade no Saara, que é de 10%. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o índice de 12% está no limite do estado de emergência.
De 12% a 20%, o estado é de alerta e, entre 20 e 30%, de atenção. Há 24 dias sem chuva, o tempo estava seco ontem no Estado de São Paulo. A umidade relativa do ar atingiu 21% na capital -igualando o recorde em 2008, registrado no dia 8.
Já são sete as capitais brasileiras nessa faixa crítica (abaixo dos 30%), segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Na segunda-feira eram seis. De um dia para o outro, houve queda média de 9% nos índices mínimos, segundo levantamento da reportagem.
A mínima de ontem voltou a ser registrada em Mato Grosso. A capital, Cuiabá, chegou a ter umidade de 20%.
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, o número de crianças atendidas no hospital e pronto-socorro municipal de Cuiabá subiu 60% em relação a junho. O aumento ante 2007 é de 20%. A estimativa oficial é que, a cada 24 horas, 110 crianças cheguem ao hospital com problemas respiratórios.
"Deve-se ingerir de dois a três litros de líquidos por dia, hidratar a pele para evitar o ressecamento das mucosas e alimentar-se de forma saudável, principalmente com frutas, verduras e legumes. E aumentar a umidade do ar em casa, com uma bacia de água ao lado da cama ou, para alérgicos, um umidificador", explica José Eduardo Cançado, presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia.
Paraná foi o último Estado a entrar na lista de alerta da Secretaria Nacional de Defesa Civil. Agora são 12, além do DF. A previsão, segundo o órgão, é que a massa de ar seco que cobre grande parte do Brasil permaneça pelo menos até sexta.

São Paulo
Conforme previsão do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) para o Estado de São Paulo, a taxa da umidade relativa do ar pode chegar perto dos 20% hoje, mantendo-se assim até amanhã, exceto no litoral.
A previsão de Adilson Nazário, meteorologista do Centro de Gerenciamento de Emergências, ligado à Prefeitura de São Paulo, não é otimista: "Como não há expectativa de chuva ao menos até o fim da semana, a massa de ar seco vai continuar inibindo a formação de nuvens; amanhã a tendência é de baixar a umidade um pouco mais".
O clima seco favorece a estabilidade da atmosfera, que, sem ventos ou chuva, concentra mais poluentes, como explica Clarice Muramoto, meteorologista da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), da Secretaria de Estado do Meio Ambiente.
Na última medição, a região metropolitana de São Paulo e as cidades de Cubatão e Bauru tinham qualidade do ar regular.


Texto Anterior: Jorge Luiz Vieira (1957-2008): Acordava e dormia respirando política
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.