ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Ele desafinava cantando até mesmo músicas como "Ciranda, Cirandinha" ou "Parabéns a Você", lembra o filho Willian. Mas da cabeça do "desafinado" José Caetano Erba, que nem ao menos sabia tocar um instrumento, saíram mais de 400 canções.
Natural de Pederneiras (SP) e filho de trabalhadores rurais, por um tempo trabalhou na lavoura de café, até fazer 18 anos. A mãe contava que ele, aos 13, já se punha a escrever pequenos poemas.
A música, na família, era então representada por um irmão, que tocava acordeon.
Mas foram as festas no sítio -e também a proximidade com os vizinhos Craveiro & Cravinho, uma dupla sertaneja- que o influenciaram.
Teve muitos parceiros, entre eles Tonico, da dupla Tonico & Tinoco. Sua música "Saco de Ouro" chegou a ser gravada por Chitãozinho & Chororó. Como seu negócio não era cantar, e sim compor, os três discos que lançou contêm seus poemas sertanejos sendo declamados.
"Às vezes, numa noite, ele fazia três, quatro letras, e punha no papel sem precisar de muitos rascunhos", lembra o filho. Só que sua vida não foi apenas dedicada à música.
Formado em contabilidade, trabalhou -primeiro em Campinas e depois em São Paulo- num banco, por 18 anos. Desde 1989, era sócio numa metalúrgica. "Ele sempre quis abrir um negócio e quando montaram a empresa foi como se ele tivesse remoçado", diz Willian.
Caetano Erba morreu no sábado, aos 71 anos, em consequência de uma pneumonia. Sofria de uma doença degenerativa. Deixa viúva, dois filhos e duas netas. A missa de sétimo dia será sábado, às 17h, na igreja São Pedro, no Tremembé, em SP.

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