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Prefeitura de SP adia remoção de favela
Decisão foi tomada após moradores barrarem ontem de manhã o acesso dos funcionários municipais ao local, na marginal
Segundo a Sehab, mudança de planos não representa o cancelamento da remoção nem abre discussão sobre verba oferecida às famílias
Rodrigo Paiva/Folha Imagem
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Favela do Sapo, na Água Branca (zona oeste), onde a desapropriação dos barracos foi adiada
ROBERTO MADUREIRA
EM SÃO PAULO
DO "AGORA"
A Sehab (Secretaria Municipal da Habitação) de São Paulo
adiou por tempo indeterminado a desapropriação dos barracos da favela do Sapo, situada
na Água Branca (zona oeste),
na pista local da marginal Tietê.
A decisão foi tomada após
moradores barrarem ontem de
manhã o acesso dos funcionários da prefeitura ao local.
Segundo a Sehab, a mudança
de planos não representa o cancelamento da remoção nem
abre discussão sobre benefícios
oferecidos às famílias, ao contrário do que disseram os representantes dos moradores,
em tom de comemoração.
De acordo com os moradores, a suspensão temporária da
demolição foi feita com a condição de que não sejam erguidos novos barracos na favela.
"Se alguém levantar um barraco, a prefeitura entra", afirmou o advogado dos moradores, Benedito Barbosa.
De acordo com a Sehab, serão
oferecidos de R$ 1.500 a R$
5.000 para as famílias que estão
vivendo na favela há mais de
um ano.
As 80 famílias que chegaram
depois de ter sido concluído o
cadastro das famílias não terão
direito ao benefício. A secretaria afirma que 455 famílias foram cadastradas em junho.
O defensor público Carlos
Moreira ajuizou ontem uma
ação civil pública para garantir
atendimento a todas as famílias. Uma audiência de conciliação na Justiça foi marcada para
o dia 23 de julho.
Na noite de anteontem, um
grupo de moradores chegou a
fechar a marginal Tietê por 14
minutos. Ontem pela manhã,
eles bloquearam a entrada da
favela com latões de lixo e pedaços de madeira, pedindo melhoria nos benefícios e inclusão
de todas as famílias.
A subprefeita da Lapa, Soninha Francine, disse ser contra a
paralisação do processo de remoção, mas a favor de um diálogo com a população.
"Quando se interrompe [o
diálogo], o problema é agravado. Com certeza há muita gente
sofrendo ali, mas há também
quem tenha interesse no conflito", afirmou a subprefeita.
Segundo a Sehab, o desentendimento com os moradores
não deve atrapalhar dois grandes planos urbanísticos previstos para a região: a Operação
Urbana Água Branca, que prevê
a construção de condomínios
verticais e espaços públicos, e o
projeto da Nova Marginal do
Tietê, anunciado em junho.
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