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Conexões vão saturar linha, diz professor
Para Horácio Figueira, ligação com rede da CPTM e chegada do monotrilho à zona leste vão congestionar linha 2
Com extensão até Cidade Tiradentes, obra será nova conexão
leste-oeste; ABC terá ligação com av. Paulista
DE SÃO PAULO
A chegada do monotrilho
ao extremo leste de São Paulo e a inauguração ainda neste ano da estação Tamanduateí do metrô -que vai permitir a conexão com a rede da
CPTM- vão "implodir" a linha 2-verde, uma das mais
confortáveis do sistema.
A previsão é do professor
Horácio Augusto Figueira,
mestre em engenharia de
transportes pela USP. "A linha verde acabou", afirma.
Segundo ele, o primeiro
impacto será neste ano,
quando o metrô inaugura a
estação Tamanduateí, onde
já opera a linha 10-turquesa
da CPTM, que vem do ABC.
A linha, que traz passageiros de cidades como Santo
André e São Caetano, transporta em média, por dia útil,
300 mil passageiros.
Esses usuários poderão
descer na estação Tamanduateí e, sem pagar nova
passagem, pegar a linha verde em direção à avenida Paulista e à Vila Madalena.
Hoje, passageiros da
CPTM fazem conexões com o
metrô nas estações Brás, Barra Funda (as duas na linha 3-vermelha), Luz (linha 1-azul)
e Santo Amaro (linha 5-lilás).
LESTE-OESTE
Para Figueira, a esse primeiro impacto será acrescido
um outro, decorrente da entrada em operação do monotrilho e do grande volume de
moradores da zona leste que
passarão a usar a linha 2.
"O que o governo está fazendo é uma nova linha leste-oeste", diz Figueira, referindo-se ao traçado final da linha 2, em 2015, ligando a
Vila Madalena à Cidade Tiradentes. Hoje, a ligação leste-oeste é feita pela linha mais
lotada do metrô, a 3-vermelha, que liga a Barra Funda
(oeste) a Itaquera (leste).
"Eu não tenho nada contra
o monotrilho, mas ele terá capacidade para, daqui a cinco
anos, suportar a demanda?",
questiona Figueira. Segundo
ele, se o fluxo for acima de 20
mil passageiros/hora, o ideal
é o metrô e não o monotrilho.
Para ele, o ideal é que o
transporte público paulistano não aposte todas as suas
fichas na expansão do metrô,
porque haverá aumento muito grande da demanda nos
próximos anos por conta da
formação de conexões entre
as várias linhas sobre trilhos.
"É importante avisar a sociedade que tem carro que é
besteira reduzir corredores
de ônibus", diz, defendendo
mais corredores em eixos
com demanda, como norte-sul e leste-oeste. "Não adianta achar que só a expansão
sobre trilhos vai resolver."
MODELO CERTO
Em nota, o Metrô diz que
"reafirma que modelos como
metrô leve são indicados para a região entre a Vila Prudente e Cidade Tiradentes".
Entre as vantagens do sistema cita "a facilidade com
que são automatizados e as
modernas tecnologias de sinalização, que permitem a
inserção de mais composições que atendam o crescimento da demanda, além da
redução de intervalos".
(JOSÉ BENEDITO DA SILVA)
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