São Paulo, sexta-feira, 16 de agosto de 2002

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BARBARA GANCIA

Qualquer um dos três é lucro

Vamos falar sério? A verdade verdadeira é que a campanha de José Serra entrou em colapso. Na mais recente pesquisa, o candidato do governo até ganhou um ponto percentual, mas isso quer dizer muito pouco a esta altura.
Os serristas continuam apostando todas as suas fichas no horário eleitoral, mas a desorganização no comitê e a má vontade dos correligionários do candidato são tão evidentes que é difícil prever grandes mudanças a partir do início da campanha na televisão e no rádio.
Por este Brasilzão afora, são poucos os candidatos a governador com chances de se eleger que fazem questão de ter o ex-ministro da Saúde em seus palanques. E as pessoas que deveriam estar apoiando Serra fazem corpo mole ou tiram o time de campo.
Há até quem já ande falando na possibilidade de Ciro levar a eleição logo no primeiro turno. Já pensou? De repente, aqueles eleitores que apóiam Fernando Henrique e que nunca votariam em Lula, mas que aplaudem o fato de que o governo FHC colocou as oligarquias do Nordeste para correr (nem que tenha sido só uma corridinha em volta do quarteirão), vão ter de votar no candidato do PT de cara, no primeiro turno, só para afastar de cena os fantasmas de Antonio Carlos Magalhães e José Sarney, entre outros. Quer quadro mais surrealista do que esse?
Acontece que Serra anda tão perdido que nem mesmo uma agenda detalhada para cumprir ele tem mais. Na semana retrasada, em plena noite de sexta-feira, encontrei o candidato em uma festa para comemorar os quatro meses de existência de um programa de TV. Ué? Ele não deveria estar fazendo campanha em algum lugar mais importante? Não, estava lá na festinha para poucos e bons e ainda avisou que não iria responder às perguntas dos jornalistas presentes, pois tinha ido à festa em caráter particular. Eu pergunto: a dois meses de uma eleição para presidente, por acaso um candidato pode se dar ao luxo de ter momentos privados nas noites de sexta?
E como é que ficam aqueles que acham que só Serra seria a salvação da lavoura? Bem, a eles eu digo o seguinte: seja Lula, Ciro ou Serra o eleito, a jovem democracia brazuca estará bem servida.
Por mais que a gente aponte defeitos nos nossos candidatos, os três são bem talhados para o cargo. Ou será que Lula, Ciro e Serra ficam devendo para gente do naipe de Berlusconi, Haider, Bush e Al Gore ou Chirac e Le Pen?

QUALQUER NOTA

Nível lá embaixo
Gente que nunca vimos mais gorda está tendo a petulância de se candidatar ao governo do Estado. Para completar a festa, surge o slogan do candidato Carlos Apolinario, do PGT: "São Paulo nas mãos de Deus". Ou seja, o candidato confessa que tê-lo no governo é a mesma coisa que não ter ninguém.

Semancol
Há menos de um ano do atentado que derrubou as torres gêmeas em Nova York, a construtora Cibral batizou de Twin Towers o conjunto imobiliário que está lançando no centro de Guarulhos.
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