|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
INFÂNCIA
Denúncia era de tortura e tráfico
Promotor pede prisão de 14 agentes da Febem
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público denunciou ontem e pediu a prisão preventiva de 14 funcionários da Febem (Fundação Estadual do
Bem-Estar do Menor) de Parelheiros (zona sul de São Paulo)
por prática de tortura de adolescentes, formação de quadrilha e
tráfico de drogas.
Os crimes teriam ocorrido em
março e abril deste ano. Dezenove
adolescentes teriam sido agredidos, segundo laudos de exame de
corpo de delito. Os nomes dos denunciados não foram fornecidos
pela Promotoria. A Febem de Parelheiros foi desativada em julho.
O promotor criminal Alfonso
Presti disse que pediu a prisão
porque duas testemunhas -um
adolescente e um monitor- foram ameaçadas. A denúncia ainda será analisada pela Justiça, que
também decidirá nos próximos
dias sobre o pedido de prisão.
Além das testemunhas, a denúncia de tortura foi embasada
na descoberta, em uma sala da
unidade, de objetos classificados
por promotores da Infância e Juventude como instrumentos de
tortura. No material, estavam um
cassetete de metal, duas barras de
madeira, uma "chave chinesa" e
um "espancador" feito com o bico de um extintor de incêndio e
uma corrente grossa de ferro.
Esses objetos teriam sido usados para agredir adolescentes em
pelo menos dois episódios. Segundo Presti, existia uma "associação estável" dos funcionários
para cometer as agressões, o que
revelaria a prática de crime de formação de quadrilha. A denúncia
de tráfico ocorreu porque funcionários teriam fornecido maconha
a adolescentes para, em seguida,
forjar o flagrante de apreensão.
A Febem informou que não
compactua com nenhuma prática
de violência e que 72 agentes de
Parelheiros foram demitidos desde abril -sete por agressão. A
fundação disse que não poderia
informar se os 14 denunciados estão entre os demitidos porque
não recebeu a lista de nomes da
Promotoria. Presti disse que pelo
menos um continua trabalhando
normalmente na Febem.
A fundação também afirma que
um monitor foi demitido por
abandono de emprego antes de
procurar a Promotoria e que estaria usando a denúncia para justificar a perda da função. "Existe todo um conjunto probatório. O depoimento dele é só um dos itens", disse o promotor.
Texto Anterior: Caso Tainá: Perícia não encontra vestígios de balas no Monza do suspeito Próximo Texto: Rio: Suposto líder de tráfico é assassinado Índice
|