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RIO
Flávio Reginaldo dos Santos, o Buda, seria ligado ao traficante Elias Maluco
Suposto líder de tráfico é assassinado
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
O suposto traficante Flávio Reginaldo dos Santos, 31, o Buda, foi
morto na manhã de ontem em
um tiroteio com policiais da DRE
(Divisão de Repressão a Entorpecentes) da Polícia Civil, na favela
Vila Cruzeiro (zona norte do Rio).
Segundo a polícia, Buda pertencia à quadrilha do traficante Elias
Pereira da Silva, o Elias Maluco,
apontado como principal responsável pelo assassinato do jornalista Tim Lopes, no dia 2 de junho.
Segundo a chefe de investigações da DRE, inspetora Marina
Maggessi, Buda foi designado por
Elias Maluco para assumir o tráfico na Vila Cruzeiro após a morte
de André da Cruz Barbosa, o André Capeta, na última terça-feira.
A inspetora disse que Buda estava na casa da sogra e reagiu à prisão, dando início a um tiroteio.
Baleado, ele foi levado para o
Hospital Getúlio Vargas, na Penha (zona norte), onde morreu.
Na operação, os policiais disseram ter apreendido uma granada,
uma pistola, três celulares e um
radiotransmissor.
Segundo a policial, Buda incendiou um carro da unidade, no ano
passado, o que teria levado Elias
Maluco a afastá-lo do comando
do tráfico na Vila Cruzeiro.
Buda é o quarto integrante do
bando de Elias Maluco que morre
em oito dias. Na quinta da semana passada, Maurício de Lima
Mathias, o Boizinho, e Ricardo
Victor dos Santos, o Cuco, foram
mortos por policiais na favela de
Vigário Geral (zona norte).
Dos nove indiciados pela morte
do jornalista, dois morreram, cinco estão presos e dois seguem em
liberdade -Elias Maluco e Renato de Souza Lopes, o Ratinho.
Investigações
A polícia aguarda o resultado do
laudo do IML (Instituto Médico
Legal) para confirmar a hipótese
levantada pelo chefe de Polícia Civil, Zaqueu Teixeira, de que André Capeta teria se suicidado.
O exame vai identificar se havia
vestígios de pólvora na mão do
traficante, o que comprovaria a
hipótese da polícia de suicídio.
O delegado titular da 22ª DP,
Milton Siqueira Júnior, disse que
a polícia investiga também a possibilidade de Capeta ter sido morto a mando do próprio Elias Maluco, por causa de uma rixa na
quadrilha, ou por policiais, numa
espécie de "queima de arquivo".
A Corregedoria de Polícia Unificada investiga se o cabo Luiz Gustavo Euzébio, do Corpo de Bombeiros, está envolvido no caso. Ao
depor, ele disse ter sido obrigado
por traficantes a conseguir uma
ambulância para levar Capeta ao
hospital. Em uma fita gravada pela clínica Doutor Balbino (Olaria,
zona norte), onde Capeta recebeu
o primeiro atendimento, não há
sinais de que o cabo tenha agido
sob ameaça de traficantes.
Comércio fechado
O comércio de três ruas próximas ao morro do Palácio, em Niterói (14 km do Rio de Janeiro),
permaneceu fechado a maior parte da manhã de ontem por ordem
de traficantes da favela.
A ordem foi um protesto pela
morte de dois supostos traficantes
e a prisão de um terceiro em operação da PM, anteontem à noite.
Até as 19h de ontem, os homens
haviam sido identificados só como Júlio César, o Playboy, e Anacleto, o Pará, mortos a tiros por
PMs. Na operação, foi preso Júlio
Eduardo Medeiros Conceição, 25,
acusado de integrar a quadrilha
do morro, ligada à facção criminosa CV (Comando Vermelho).
As lojas das ruas Presidente Pedreira, Presidente Domiciano e
Lara Vilela chegaram a abrir no
começo da manhã, mas pouco depois das 9h fecharam as portas,
depois da determinação dos traficantes. Um laboratório de análises clínicas e os museus Histórico
e de Artes e Tradições Populares
não funcionaram.
Policiais do 12º BPM (Batalhão
de Polícia Militar) passaram o dia
nas ruas do bairro, para garantir
que o comércio fosse reaberto, o
que só ocorreu no início da tarde.
Na operação de anteontem, a
PM diz ter apreendido 280 sacolés
(pequenos embrulhos) de cocaína, um revólver e duas pistolas.
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