São Paulo, sexta-feira, 16 de agosto de 2002

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AMBIENTE

Parques nacionais e áreas de conservação permanente são alvo de queimadas ilegais em MT, MS, RO, no PR e no TO

Incêndios ameaçam áreas de preservação

JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA

O tempo seco e a ocorrência de queimadas ilegais colocou em alerta vermelho quatro áreas de mata espalhadas pelo país.
Três porções onde há ocorrência grave de fogo são de conservação permanente, regiões ricas em recursos naturais e protegidas pela União.
A situação é mais crítica no norte de Mato Grosso, onde o fogo consome pastagens, áreas desmatadas e pequenas matas.
Cem homens do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) trabalham noite e dia para debelar o fogo na região de Guarantã do Norte, em Mato Grosso, local de alerta máximo.
Em Mato Grosso do Sul, um incêndio de grandes proporções estava, até o final da tarde de ontem, destruindo parte do Parque das Várzeas do Ivinhema, no município de Jateí. A área, que tem cerca de 73 mil hectares, abriga programas de reprodução de animais que correm risco de extinção.
Pelo menos 70 pessoas, entre bombeiros, policiais militares, voluntários e técnicos do Ibama, tentavam, com a ajuda de dois helicópteros, acabar com as labaredas. A avaliação do diretor do parque, Laurindo Petelinkar, era que entre 20% e 30% da área havia sido consumida pelo fogo.
O Parque Nacional do Araguaia, no Tocantins, e o Parque Nacional de Ilha Grande, no Paraná, também são regiões de proteção que estão enfrentando incêndios. Brigadas de combate ao fogo estão trabalhando nos dois locais.
De acordo com dados do Cptec (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos), o número de focos de calor -pontos com temperatura extremamente elevada, que podem significar incêndio- registrados na primeira quinzena deste mês em Mato Grosso são praticamente iguais aos registrados em julho. Em Mato Grosso do Sul e em Rondônia, os focos apontados pelo satélite em agosto já superam os ocorridos no mês passado.
Segundo o coordenador-geral do Proarco (Programa de Prevenção e Controle de Queimadas e Incêndios Florestais na Amazônia Legal), Rubens Vargas Filho, as queimadas para qualquer finalidade estão proibidas até 15 de setembro nos Estados de Mato Grosso e do Tocantins.
Quem desrespeitar a norma e for pego em flagrante pode ser preso e pagar multa de até R$ 1.000 por hectare queimado.
Outras 11 regiões de conservação permanente estão em situação de alerta amarelo e inspiram atenção integral dos órgãos ambientais, pois há risco próximo de ocorrência de incêndios.


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