São Paulo, sexta-feira, 16 de agosto de 2002

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Redução da vazão de rio traz risco a abastecimento no interior paulista

RAQUEL LIMA
DA FOLHA CAMPINAS

Nos últimos 30 anos, a vazão média do rio Corumbataí, responsável pelo abastecimento dos 329.158 habitantes de Piracicaba (162 km de São Paulo), diminuiu cerca de 30%. O índice, que era de 14 m3/s em 1972, passou para 10 m3/s.
Piracicaba corre o risco de ter um colapso no abastecimento, principalmente nos tempos secos. "A queda [de 30%" parece pequena, mas qualquer diminuição é insustentável, principalmente em um espaço de tempo tão curto", disse o professor do Instituto de Pesquisas Florestais da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), da USP de Piracicaba, Virgílio Maurício Viana.
Ele coordenou o desenvolvimento do Plano Diretor da bacia do rio Corumbataí, que será lançado hoje. O trabalho, que durou três anos, foi encomendado pelo Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto) de Piracicaba e custou cerca de R$ 300 mil.
O estudo apontou ainda que a cobertura florestal nativa da bacia do rio Corumbataí tem um déficit de 28%. Considerando apenas as áreas de preservação permanente, devem ser recuperados cerca de 9.320 hectares. A recuperação está orçada em R$ 38 milhões.
Se o atual nível de investimento for mantido, baseado em R$ 0,01/m3, a recuperação vai demorar 118 anos. "Por isso, defendo que o investimento aumente para R$ 0,02 ou R$ 0,05. Assim, o tempo de recuperação cairá para 59 anos ou 24 anos, respectivamente", afirmou o professor da Esalq.
Há dois anos, o Semae de Piracicaba repassa R$ 0,01/m3 de água vendida para investimentos na bacia do rio Corumbataí.
Apesar da tese defendida por Viana, o próprio Semae de Piracicaba admite a dificuldade de aumentar o repasse para o investimento no reflorestamento.


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