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Redução da vazão de rio traz risco a abastecimento no interior paulista
RAQUEL LIMA
DA FOLHA CAMPINAS
Nos últimos 30 anos, a vazão
média do rio Corumbataí, responsável pelo abastecimento dos
329.158 habitantes de Piracicaba
(162 km de São Paulo), diminuiu
cerca de 30%. O índice, que era de
14 m3/s em 1972, passou para 10
m3/s.
Piracicaba corre o risco de ter
um colapso no abastecimento,
principalmente nos tempos secos.
"A queda [de 30%" parece pequena, mas qualquer diminuição é
insustentável, principalmente em
um espaço de tempo tão curto",
disse o professor do Instituto de
Pesquisas Florestais da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz
de Queiroz), da USP de Piracicaba, Virgílio Maurício Viana.
Ele coordenou o desenvolvimento do Plano Diretor da bacia
do rio Corumbataí, que será lançado hoje. O trabalho, que durou
três anos, foi encomendado pelo
Semae (Serviço Municipal de
Água e Esgoto) de Piracicaba e
custou cerca de R$ 300 mil.
O estudo apontou ainda que a
cobertura florestal nativa da bacia
do rio Corumbataí tem um déficit
de 28%. Considerando apenas as
áreas de preservação permanente,
devem ser recuperados cerca de
9.320 hectares. A recuperação está
orçada em R$ 38 milhões.
Se o atual nível de investimento
for mantido, baseado em R$
0,01/m3, a recuperação vai demorar 118 anos. "Por isso, defendo
que o investimento aumente para
R$ 0,02 ou R$ 0,05. Assim, o tempo de recuperação cairá para 59
anos ou 24 anos, respectivamente", afirmou o professor da Esalq.
Há dois anos, o Semae de Piracicaba repassa R$ 0,01/m3 de água
vendida para investimentos na
bacia do rio Corumbataí.
Apesar da tese defendida por
Viana, o próprio Semae de Piracicaba admite a dificuldade de aumentar o repasse para o investimento no reflorestamento.
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