São Paulo, segunda-feira, 16 de agosto de 2004

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Moradores lembram aniversário com protesto

DA REPORTAGEM LOCAL

Para lembrar o aniversário da divulgação da contaminação no Barão de Mauá e o que consideram descaso das autoridades competentes na sua solução, moradores do conjunto fazem hoje de manhã uma manifestação.
Eles vão soltar 1.100 balões coloridos carregando cartazes com palavras como justiça, impunidade, saúde, negligência e SOS, conta o advogado Aurélio Okada, que representa 120 famílias que entraram com ações individuais contra os responsáveis pela construção dos prédios e uma das entidades co-autoras da ação coletiva.
Todas elas estão tramitando na Justiça. Segundo Okada, há diversas decisões em primeira instância nas ações individuais, contra as quais ainda cabem recursos. A coletiva deve entrar na fase de perícia e produção de provas, pois os dois lados já foram ouvidos.
"O que os moradores querem com a manifestação é dizer: "Não se esqueçam da gente'", afirma o advogado. "Eles estiveram até em Brasília, com a ministra Marina Silva [Meio Ambiente]. Ela disse que o Ibama [órgão de controle ambiental federal] iria acompanhar o caso, mas nada foi feito."
Os bens dos responsáveis pela construção dos prédios estão arrestados pela Justiça desde 2001.
O problema no subsolo do condomínio foi "desenterrado" em abril de 2000, depois que uma explosão numa caixa-d'água subterrânea no residencial causou a morte de uma pessoa e deixou outra gravemente ferida.
A área onde o Barão de Mauá foi construído havia pertencido à Cofap, que comprovadamente tinha jogado lixo industrial no local. Mais tarde, o terreno passou a receber resíduos de todos os tipos.
Exames de saúde realizados em menos de 10% dos moradores do conjunto não apontaram contaminação por benzeno. Um documento assinado pelo professor Paulo Saldiva, do Laboratório de Poluição Atmosférica da Faculdade de Medicina USP, atesta que a concentração da substância (comprovadamente cancerígena) no ar do condomínio é igual à encontrada na av. Paulista. (MV)


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