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Moradores lembram aniversário com protesto
DA REPORTAGEM LOCAL
Para lembrar o aniversário da
divulgação da contaminação no
Barão de Mauá e o que consideram descaso das autoridades
competentes na sua solução, moradores do conjunto fazem hoje
de manhã uma manifestação.
Eles vão soltar 1.100 balões coloridos carregando cartazes com
palavras como justiça, impunidade, saúde, negligência e SOS, conta o advogado Aurélio Okada, que
representa 120 famílias que entraram com ações individuais contra
os responsáveis pela construção
dos prédios e uma das entidades
co-autoras da ação coletiva.
Todas elas estão tramitando na
Justiça. Segundo Okada, há diversas decisões em primeira instância nas ações individuais, contra
as quais ainda cabem recursos. A
coletiva deve entrar na fase de perícia e produção de provas, pois
os dois lados já foram ouvidos.
"O que os moradores querem
com a manifestação é dizer: "Não
se esqueçam da gente'", afirma o
advogado. "Eles estiveram até em
Brasília, com a ministra Marina
Silva [Meio Ambiente]. Ela disse
que o Ibama [órgão de controle
ambiental federal] iria acompanhar o caso, mas nada foi feito."
Os bens dos responsáveis pela
construção dos prédios estão arrestados pela Justiça desde 2001.
O problema no subsolo do condomínio foi "desenterrado" em
abril de 2000, depois que uma explosão numa caixa-d'água subterrânea no residencial causou a
morte de uma pessoa e deixou outra gravemente ferida.
A área onde o Barão de Mauá foi
construído havia pertencido à Cofap, que comprovadamente tinha
jogado lixo industrial no local.
Mais tarde, o terreno passou a receber resíduos de todos os tipos.
Exames de saúde realizados em
menos de 10% dos moradores do
conjunto não apontaram contaminação por benzeno. Um documento assinado pelo professor
Paulo Saldiva, do Laboratório de
Poluição Atmosférica da Faculdade de Medicina USP, atesta que a
concentração da substância
(comprovadamente cancerígena)
no ar do condomínio é igual à encontrada na av. Paulista. (MV)
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