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Entidades divergem sobre como fazer a inclusão em escola
DE SÃO PAULO
DO RIO
O tratamento dado pelo
governo federal às Apaes ressurgiu como tema nos jornais
depois que, em debate realizado neste mês na Band, o
candidato José Serra (PSDB)
acusou o Ministério da Educação da gestão Lula de perseguir essas entidades.
Por trás das críticas está
uma divergência sobre a melhor forma de incluir essas
crianças em classes comuns.
O Ministério da Educação,
apoiado por entidades como
a Federação Brasileira das
Associações de Síndrome de
Down, entende que é direito
de todos os deficientes a matrícula em escola regular.
Para a Federação Nacional
das Apaes, o governo pressiona pela inclusão, sem preparar a rede, e retira recursos
de entidades que fazem atendimento em salas especiais.
O ministro Fernando Haddad (Educação) nega perseguição, afirmando que o governo inclui no Fundeb (fundo que distribui recursos federais) as Apaes como forma
de estimular o atendimento
no contraturno escolar, mas
sem obrigar que essas entidades deixem de atender os
alunos excepcionais.
O debate expõe realidades
distintas no país. Em São
Paulo, por exemplo, os 462
alunos da Apae assistem aulas na escola regular e, no
contraturno, frequentam a
associação. A instituição dá
assessoria a 80 escolas públicas da zona sul da capital, capacitando docentes da rede.
"Todo processo de mudança tem as suas dificuldades, mas ele está de acordo
com o que a gente acredita
que deva ser a inclusão da
pessoa com deficiência",
afirma a superintendente da
Apae-SP, Aracelia Costa.
Já no Espírito Santo, muitos pais não aceitam que seus
filhos sejam matriculados
em escolas regulares e passem a frequentar as Apaes
apenas no contraturno.
Segundo Rodolpho Luiz
Dalla Bernadina, presidente
da Federação das Apaes do
Espírito Santo, os pais têm
medo de colocar uma criança
com deficiência na escola.
"As escolas não estão adaptadas, os professores não estão habilitados e o processo
se torna traumático."
(CC e AG)
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